array(31) {
["id"]=>
int(123980)
["title"]=>
string(69) "Presidente recém-empossado do Peru renuncia após noite de protestos"
["content"]=>
string(5809) "BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Manuel Merino de Lama, que havia assumido o posto de presidente do Peru na terça-feira (10), renunciou na manhã deste domingo (15), depois de uma noite de protestos que terminou com a morte de dois jovens manifestantes.
A violência da última madrugada provocou a renúncia de 13 dos 18 ministros do novo governo, junto a seus vice-ministros.
Por conta dos acontecimentos, o líder do Congresso, Luiz Valdez, pediu que Merino de Lama deixasse o cargo, enquanto se reunia com as lideranças dos partidos para organizar uma sessão excepcional da casa para escolher quem assumiria o posto.
Em apenas cinco dias de mandato, marcado pela repressão violenta a protestos pacíficos, Merino de Lama perdeu o apoio dos principais partidos que haviam votado pela vacância do ex-presidente Martín Vizcarra, na última segunda-feira (9). Entre eles, seu próprio partido, o Ação Popular, Somos Perú, Podemos Perú e Frente Ampla, que recriminaram a violência usada na repressão.
Até o fechamento deste texto, ainda não havia terminado a reunião em que o Congresso escolheria o novo líder e, portanto, o novo presidente interino.
Além do próprio Valdez, estão entre as possibilidades outros líderes das principais bancadas, como Carolina Lizárraga e Gino Costa (partido Morado).
Há eleições presidenciais em abril e, em sua posse, na terça, Merino de Lama prometeu manter o calendário eleitoral. Ainda assim, não tinha conseguido acalmar os manifestantes. O mandatário era o terceiro neste período, que começou em 2016 com a eleição de Pedro Pablo Kuczynski.
Os ministros que renunciaram depois das mortes dos manifestantes foram os de Interior, Saúde, Mulher, Justiça, Economia, Desenvolvimento Social, Cultura, Defesa, Comércio Exterior, Energia e Minas, Habitação, Agricultura e Educação.
Nas primeiras horas deste domingo, Valdes começou a procurar Merino de Lama para pedir sua renúncia, mas seu paradeiro era desconhecido. A uma rádio local, o primeiro-ministro, Antero Flores-Araóz, chegou a afirmar não saber se Merino de Lama estava fugindo nem se tinha renunciado.
Além dos mortos, a violenta noite de sábado terminou também com mais de 90 manifestantes feridos e 20 pessoas cujo paradeiro é desconhecido, segundo a secretaria de Direitos Humanos.
Os manifestantes que foram às ruas levaram cartazes em que afirmam que a vacância de Vizcarra foi "um golpe" e nos quais afirmam que "Merino não é meu presidente".
Vizcarra teve seu impeachment determinado pelo Congresso por conta de dois supostos casos de corrupção que estão sendo investigados pela Procuradoria. Um deles se refere a um favorecimento a um amigo pessoal, o compositor Richard Swing. O outro, ao recebimento de suborno por licitações de obras públicas de quando era governador do estado de Moquegua (2011-2014).
Além de gás lacrimogêneo, as forças de segurança também usaram tanques do Exército para vigiar as ruas do centro, que estão bloqueadas para o trânsito. A capital do país, Lima, está com toque de recolher por conta da pandemia do coronavírus, mas os manifestantes não estão respeitando a medida e continuam nas ruas.
Os dois manifestantes mortos tinham 24 e 22 anos. O primeiro chegou ao hospital sem vida, com um tiro na cabeça. O segundo morreu depois de ser internado, tendo levado pancadas no tórax.
Além do Congresso, os manifestantes também cercaram a casa de Merino de Lama, fazendo ruídos com panelas e tambores, pedindo sua renúncia.
A ONG Anistia Internacional chamou a atenção para os abusos na repressão dos protestos, dizendo em um comunicado que o "uso excessivo da força não é necessário" nesse caso, uma vez que as manifestações têm sido pacíficas.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmou que enviará uma missão na semana que vem a Lima, a pedido do novo governo peruano, para avaliar a situação de tensão social e política que vive o país.
Na quarta-feira (11), a OEA pediu que o Tribunal Constitucional do Peru se pronuncie sobre a legalidade do processo contra Vizcarra. Em comunicado, afirmou que "reitera que compete ao Tribunal Constitucional do Peru pronunciar-se sobre a legalidade e a legitimidade das decisões institucionais adotadas".
Solicitou também que sejam garantidas as condições para as eleições presidenciais convocadas para abril de 2021.
"
["author"]=>
string(10) "FolhaPress"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(572544)
["filename"]=>
string(16) "perurenuncia.jpg"
["size"]=>
string(5) "84058"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(5) "site/"
}
["image_caption"]=>
string(16) " © Getty Images"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(159) "
A violência da última madrugada provocou a renúncia de 13 dos 18 ministros do novo governo, junto a seus vice-ministros.
"
["author_slug"]=>
string(10) "folhapress"
["views"]=>
int(102)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(67) "presidente-recem-empossado-do-peru-renuncia-apos-noite-de-protestos"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-11-15 23:16:41.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-11-15 23:16:41.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2020-11-15T23:10:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(21) "site/perurenuncia.jpg"
}
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Manuel Merino de Lama, que havia assumido o posto de presidente do Peru na terça-feira (10), renunciou na manhã deste domingo (15), depois de uma noite de protestos que terminou com a morte de dois jovens manifestantes.
A violência da última madrugada provocou a renúncia de 13 dos 18 ministros do novo governo, junto a seus vice-ministros.
Por conta dos acontecimentos, o líder do Congresso, Luiz Valdez, pediu que Merino de Lama deixasse o cargo, enquanto se reunia com as lideranças dos partidos para organizar uma sessão excepcional da casa para escolher quem assumiria o posto.
Em apenas cinco dias de mandato, marcado pela repressão violenta a protestos pacíficos, Merino de Lama perdeu o apoio dos principais partidos que haviam votado pela vacância do ex-presidente Martín Vizcarra, na última segunda-feira (9). Entre eles, seu próprio partido, o Ação Popular, Somos Perú, Podemos Perú e Frente Ampla, que recriminaram a violência usada na repressão.
Até o fechamento deste texto, ainda não havia terminado a reunião em que o Congresso escolheria o novo líder e, portanto, o novo presidente interino.
Além do próprio Valdez, estão entre as possibilidades outros líderes das principais bancadas, como Carolina Lizárraga e Gino Costa (partido Morado).
Há eleições presidenciais em abril e, em sua posse, na terça, Merino de Lama prometeu manter o calendário eleitoral. Ainda assim, não tinha conseguido acalmar os manifestantes. O mandatário era o terceiro neste período, que começou em 2016 com a eleição de Pedro Pablo Kuczynski.
Os ministros que renunciaram depois das mortes dos manifestantes foram os de Interior, Saúde, Mulher, Justiça, Economia, Desenvolvimento Social, Cultura, Defesa, Comércio Exterior, Energia e Minas, Habitação, Agricultura e Educação.
Nas primeiras horas deste domingo, Valdes começou a procurar Merino de Lama para pedir sua renúncia, mas seu paradeiro era desconhecido. A uma rádio local, o primeiro-ministro, Antero Flores-Araóz, chegou a afirmar não saber se Merino de Lama estava fugindo nem se tinha renunciado.
Além dos mortos, a violenta noite de sábado terminou também com mais de 90 manifestantes feridos e 20 pessoas cujo paradeiro é desconhecido, segundo a secretaria de Direitos Humanos.
Os manifestantes que foram às ruas levaram cartazes em que afirmam que a vacância de Vizcarra foi "um golpe" e nos quais afirmam que "Merino não é meu presidente".
Vizcarra teve seu impeachment determinado pelo Congresso por conta de dois supostos casos de corrupção que estão sendo investigados pela Procuradoria. Um deles se refere a um favorecimento a um amigo pessoal, o compositor Richard Swing. O outro, ao recebimento de suborno por licitações de obras públicas de quando era governador do estado de Moquegua (2011-2014).
Além de gás lacrimogêneo, as forças de segurança também usaram tanques do Exército para vigiar as ruas do centro, que estão bloqueadas para o trânsito. A capital do país, Lima, está com toque de recolher por conta da pandemia do coronavírus, mas os manifestantes não estão respeitando a medida e continuam nas ruas.
Os dois manifestantes mortos tinham 24 e 22 anos. O primeiro chegou ao hospital sem vida, com um tiro na cabeça. O segundo morreu depois de ser internado, tendo levado pancadas no tórax.
Além do Congresso, os manifestantes também cercaram a casa de Merino de Lama, fazendo ruídos com panelas e tambores, pedindo sua renúncia.
A ONG Anistia Internacional chamou a atenção para os abusos na repressão dos protestos, dizendo em um comunicado que o "uso excessivo da força não é necessário" nesse caso, uma vez que as manifestações têm sido pacíficas.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmou que enviará uma missão na semana que vem a Lima, a pedido do novo governo peruano, para avaliar a situação de tensão social e política que vive o país.
Na quarta-feira (11), a OEA pediu que o Tribunal Constitucional do Peru se pronuncie sobre a legalidade do processo contra Vizcarra. Em comunicado, afirmou que "reitera que compete ao Tribunal Constitucional do Peru pronunciar-se sobre a legalidade e a legitimidade das decisões institucionais adotadas".
Solicitou também que sejam garantidas as condições para as eleições presidenciais convocadas para abril de 2021.