Homem de 25 anos morre após colidir com caminhão na capital francesa

 
o primeiro acidente grave desde o anúncio de novas restrições aos patinetes elétricos na capital francesa, um homem de 25 anos morreu na segunda-feira ao colidir com um caminhão enquanto conduzia um desses veículos. O jovem não teria respeitado a prioridade à direita.
 
Na quinta-feira passada, a prefeita Anne Hidalgo anunciou que Paris vai proibir o estacionamento de patinetes elétricos nas calçadas – uma resposta às frequentes queixas de acidentes, atropelamentos e distribuição desordenada dos equipamentos. Só na capital, são cerca de 40 acidentes por dia.
 
“Nós precisamos de ordem e de regras para garantir segurança e calma nas ruas, calçadas e bairros da nossa cidade”, disse a prefeita, em entrevista coletiva. “Isso não está muito distante de uma anarquia e é extremamente difícil para uma cidade como a nossa lidar com esse tipo de serviço”.
 
Segundo Anne, os veículos deverão ser estacionados em espaços destinados para carros e veículos motorizados de duas rodas. Aplicativos como Lime, Bolt, Wind e Flash – algumas das companhias de aluguel dos patinetes que tomaram as ruas parisienses – deverão limitar a velocidade dos veículos a 20 km/h nas ruas e 8 km/h em áreas com pedestres, como parques e praças.
 
As medidas, que começarão a ser implementadas em julho, incluem ainda a proibição do tráfego em parques e jardins. Também foram anunciadas a criação de zonas específicas para o estacionamento dos veículos e a elaboração de um manual de boas práticas para as empresas que operam o serviço. A cidade já introduziu multas de ¤ 135 euros (cerca de R$ 593) para quem circular com patinetes elétricos pelas calçadas.
 
Por volta de 20 mil “trottinettes”, como são chamados em francês, estão distribuídos pelas ruas da capital francesa, onde apareceram há um ano. Segundo a prefeita, sem regulamentações, o número pode duplicar até 2020.
 
Os fãs dos veículos defendem que eles são meios de transporte rápidos e baratos para transitar pelas cidades são desbloqueados por telefone e podem ser deixados em qualquer lugar quando a corrida for finalizada.
 
No Brasil, ontem, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro regulamentou o uso dos patinetes elétricos. E a Câmara de Vereadores de Belo Horizonte aprovou a regulamentação para uso dos veículos na cidade. 
 
Criatividade humana foi mais ágil que Estado, diz especialista
 
O diretor do Instituto de Tecnologias para o Trânsito Seguro, Fernando Pedrosa, avalia que o patinete se tornou uma alternativa de “micromobilidade extremamente saudável e ecologicamente correta”, pois não consome combustível fóssil e não faz barulho, mas, como veículo, “é extremamente precário e vulnerável” e não serve para ser usado em longos deslocamentos.
 
“O patinete também não é um veículo para dividir espaço com veículos convencionais, como carro e moto. Não dá para andar de patinete na rua, pela sua vulnerabilidade excessiva. Ele não tem capacidade de manobra como a bicicleta, que consegue se desviar de obstáculos. 
 
Para o especialista, a criatividade do ser humano foi mais veloz do que a capacidade do Estado em se organizar. Pedrosa acredita que não dá pra ser contra a evolução tecnológica, mas é preciso regras.  (Litza Mattos)