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string(76) "Papa faz apelo pela superação do 'equilíbrio frágil' que ameaça o mundo"
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O papa Francisco defendeu nesta sexta-feira (4) a unidade para superar o "equilíbrio frágil" provocado por "conflitos desastrosos" e crises planetárias, no segundo dia de uma visita inédita ao Bahrein, amplamente dedicada ao diálogo entre religiões.
Francisco, primeiro pontífice a visitar o reino de maioria muçulmana do Golfo, insistiu na importância do "diálogo" e do "papel específico" da religião por ocasião de um encontro de cúpula inter-religioso em Awali.
"Poderosos se concentram em uma luta decidida por interesses particulares, desenterrando linguagens obsoletas, redefinindo zonas de influência e blocos opostos", lamentou o papa argentino.
De acordo com o pontífice, esta lógica se expressa primeiro por uma oposição entre "Oriente e Ocidente", uma referência ao conflito na Ucrânia, denunciado com insistência por Francisco desde a invasão da Rússia no final de fevereiro.
"Brinca-se com fogo, mísseis e bombas, com armas que provocam choro e morte", acrescentou Francisco, que critica reiteradamente o uso da força e a ameaça nuclear.
O pontífice alertou que, apesar de duas guerras mundiais e uma guerra fria que "deixou o mundo em suspense por décadas", o mundo ainda se encontra "balançando à beira de um equilíbrio frágil".
- Apelo por diálogo -
A visita do papa, a segunda à região após sua viagem histórica aos Emirados Árabes Unidos em 2019, acontece no momento em que várias ONGs denunciam a repressão política e discriminações contra a comunidade xiita do país insular de 1,4 milhão de habitantes, governados por uma dinastia sunita.
Ainda nesta sexta-feira, Francisco se reuniu com o xeque Ahmed al Tayeb, líder da prestigiosa instituição do islã sunita Al Azhar, que tem sede no Cairo.
O grande imã de Al Azhar defendeu o diálogo entre xiitas e sunita aos teólogos muçulmanos de todo o mundo, "independentemente de suas seitas, comunidades e escolas de pensamento, para que se envolvam rapidamente em um diálogo islâmico sério com o objetivo de estabelecer a unidade, a reaproximação e a compreensão mútua", disse o grande imã em um discurso.
O pontífice também se manifestou no "Conselho de Sábios Muçulmanos" na mesquita do Palácio Real, onde defendeu a "reconciliação" diante dos que "instrumentalizam" e "prejudicam" as crenças religiosas.
O papa também pediu que não se ceda às "razões da força", que "alimentam a violência, a guerra e o mercado de armas", bem como "o comércio da morte".
Em seguida, fez um apelo pela unidade entre os cristãos durante uma oração ecumênica na catedral de Nossa Senhora da Arábia, a maior igreja católica da península, inaugurada no final de 2021.
Entre os dois mil fiéis estava Sharma, de 45 anos, das Filipinas, que há 18 trabalha no Bahrein. "Me sinto abençoada por vê-lo pessoalmente (...) É algo que acontece uma vez na vida", disse à AFP, com lágrimas nos olhos.
- Direito à vida -
Com a visita, o Bahrein, que formalizou as relações diplomáticas com a Santa Sé em 2000, quer apresentar o trunfo da tolerância para suavizar sua imagem, afirmando que o país "não tolera a discriminação".
Nove ONGs, no entanto, pediram na terça-feira ao papa que "exija publicamente que o Bahrein acabe com todas as execuções, suprima a pena de morte e investigue seriamente as denúncias de tortura e violações do direito a um julgamento justo".
Ao desembarcar no Bahrein na quinta-feira, o líder de 1,3 bilhão de católicos falou sobre a defesa dos direitos humanos e por condições "dignas" de trabalho.
Também insistiu na "necessidade de garantir sempre o direito à vida, inclusive para os punidos", uma referência à pena de morte, ainda em vigor no reino.
Na quinta-feira, o papa, que completará 86 anos no próximo mês, disse à imprensa que sente "muita dor no joelho", uma doença crônica que o obriga a usar uma cadeira de rodas.
Desde sua eleição em 2013, Francisco visitou vários países de maioria muçulmana, incluindo Jordânia, Turquia, Bósnia e Herzegovina, Egito, Bangladesh, Marrocos e Iraque.
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Francisco, primeiro pontífice a visitar o reino de maioria muçulmana do Golfo, insistiu na importância do "diálogo" e do "papel específico" da religião por ocasião de um encontro de cúpula inter-religioso em Awali.
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De acordo com o pontífice, esta lógica se expressa primeiro por uma oposição entre "Oriente e Ocidente", uma referência ao conflito na Ucrânia, denunciado com insistência por Francisco desde a invasão da Rússia no final de fevereiro.
"Brinca-se com fogo, mísseis e bombas, com armas que provocam choro e morte", acrescentou Francisco, que critica reiteradamente o uso da força e a ameaça nuclear.
O pontífice alertou que, apesar de duas guerras mundiais e uma guerra fria que "deixou o mundo em suspense por décadas", o mundo ainda se encontra "balançando à beira de um equilíbrio frágil".
- Apelo por diálogo -
A visita do papa, a segunda à região após sua viagem histórica aos Emirados Árabes Unidos em 2019, acontece no momento em que várias ONGs denunciam a repressão política e discriminações contra a comunidade xiita do país insular de 1,4 milhão de habitantes, governados por uma dinastia sunita.
Ainda nesta sexta-feira, Francisco se reuniu com o xeque Ahmed al Tayeb, líder da prestigiosa instituição do islã sunita Al Azhar, que tem sede no Cairo.
O grande imã de Al Azhar defendeu o diálogo entre xiitas e sunita aos teólogos muçulmanos de todo o mundo, "independentemente de suas seitas, comunidades e escolas de pensamento, para que se envolvam rapidamente em um diálogo islâmico sério com o objetivo de estabelecer a unidade, a reaproximação e a compreensão mútua", disse o grande imã em um discurso.
O pontífice também se manifestou no "Conselho de Sábios Muçulmanos" na mesquita do Palácio Real, onde defendeu a "reconciliação" diante dos que "instrumentalizam" e "prejudicam" as crenças religiosas.
O papa também pediu que não se ceda às "razões da força", que "alimentam a violência, a guerra e o mercado de armas", bem como "o comércio da morte".
Em seguida, fez um apelo pela unidade entre os cristãos durante uma oração ecumênica na catedral de Nossa Senhora da Arábia, a maior igreja católica da península, inaugurada no final de 2021.
Entre os dois mil fiéis estava Sharma, de 45 anos, das Filipinas, que há 18 trabalha no Bahrein. "Me sinto abençoada por vê-lo pessoalmente (...) É algo que acontece uma vez na vida", disse à AFP, com lágrimas nos olhos.
- Direito à vida -
Com a visita, o Bahrein, que formalizou as relações diplomáticas com a Santa Sé em 2000, quer apresentar o trunfo da tolerância para suavizar sua imagem, afirmando que o país "não tolera a discriminação".
Nove ONGs, no entanto, pediram na terça-feira ao papa que "exija publicamente que o Bahrein acabe com todas as execuções, suprima a pena de morte e investigue seriamente as denúncias de tortura e violações do direito a um julgamento justo".
Ao desembarcar no Bahrein na quinta-feira, o líder de 1,3 bilhão de católicos falou sobre a defesa dos direitos humanos e por condições "dignas" de trabalho.
Também insistiu na "necessidade de garantir sempre o direito à vida, inclusive para os punidos", uma referência à pena de morte, ainda em vigor no reino.
Na quinta-feira, o papa, que completará 86 anos no próximo mês, disse à imprensa que sente "muita dor no joelho", uma doença crônica que o obriga a usar uma cadeira de rodas.
Desde sua eleição em 2013, Francisco visitou vários países de maioria muçulmana, incluindo Jordânia, Turquia, Bósnia e Herzegovina, Egito, Bangladesh, Marrocos e Iraque.