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O trabalho usou dados de rastreamento por GPS de outras 76 pesquisas, que incluíram 2.300 animais de 43 espécies ao redor do mundo, e incluiu as datas de quando os lockdowns foram impostos em cada região analisada, sobretudo na Europa e na América do Norte. Os bichos foram rastreados por aproximadamente 59 dias considerando dois comportamentos — distância de deslocamento em linha reta entre duas localizações GPS consecutivas e a distância até a estrada mais próxima.
A partir das informações, os cientistas descobriram que, em lugares em que as regras de isolamento foram mais rígidas, os animais se deslocaram, em média, 73% mais, e as movimentações mais curtas, com uma hora de duração, diminuíram 12%. Isso sugere, segundo os autores, que a maioria dos bichos estava explorando mais a paisagem devido ao pouco movimento de humanos.
O ensaio também mostra que os bichos ficaram 36% mais próximos das estradas e que, em áreas muito povoadas, se deslocaram com menos frequência. A hipótese do grupo é de que os animais tinham menos medo do tráfego rodoviário ou da presença humana nessas regiões e, por isso, exibiam distâncias de fuga mais curtas.
Outra constatação foi a de que a movimentação variou conforme a espécie do animal. Leões da montanha exploraram mais áreas urbanas durante o isolamento, enquanto outros bichos que estavam na mesma área, como ursos negros americanos, linces e coiotes, não fizeram longos passeios.
Detalhes únicos
Líder do estudo, Marlee Tucker, da Universidade de Radboud, avalia que o cenário de excepcionalidade em função da pandemia permitiu que ela e a equipe tivessem acessos a dados valiosos. "Nossa pesquisa mostrou que os animais podem responder diretamente a mudanças no comportamento humano. Isso oferece esperança para o futuro porque, em princípio, significa que fazer alguns ajustes em nosso comportamento pode ter um efeito positivo nos animais", afirma, em nota.
Em um artigo de perspectiva, Colleen Cassady St. Clair e Sage Raymond, da Universidade de Alberta, chamam a atenção para outro aspecto curioso do trabalho. "Os resultados destacam o impacto ambiental da atividade veicular, que é discutido publicamente com menos frequência do que os efeitos das emissões, da infraestrutura rodoviária permanente e da perda de habitat", segue a dupla.
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O trabalho usou dados de rastreamento por GPS de outras 76 pesquisas, que incluíram 2.300 animais de 43 espécies ao redor do mundo, e incluiu as datas de quando os lockdowns foram impostos em cada região analisada, sobretudo na Europa e na América do Norte. Os bichos foram rastreados por aproximadamente 59 dias considerando dois comportamentos — distância de deslocamento em linha reta entre duas localizações GPS consecutivas e a distância até a estrada mais próxima.
A partir das informações, os cientistas descobriram que, em lugares em que as regras de isolamento foram mais rígidas, os animais se deslocaram, em média, 73% mais, e as movimentações mais curtas, com uma hora de duração, diminuíram 12%. Isso sugere, segundo os autores, que a maioria dos bichos estava explorando mais a paisagem devido ao pouco movimento de humanos.
O ensaio também mostra que os bichos ficaram 36% mais próximos das estradas e que, em áreas muito povoadas, se deslocaram com menos frequência. A hipótese do grupo é de que os animais tinham menos medo do tráfego rodoviário ou da presença humana nessas regiões e, por isso, exibiam distâncias de fuga mais curtas.
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Líder do estudo, Marlee Tucker, da Universidade de Radboud, avalia que o cenário de excepcionalidade em função da pandemia permitiu que ela e a equipe tivessem acessos a dados valiosos. "Nossa pesquisa mostrou que os animais podem responder diretamente a mudanças no comportamento humano. Isso oferece esperança para o futuro porque, em princípio, significa que fazer alguns ajustes em nosso comportamento pode ter um efeito positivo nos animais", afirma, em nota.
Em um artigo de perspectiva, Colleen Cassady St. Clair e Sage Raymond, da Universidade de Alberta, chamam a atenção para outro aspecto curioso do trabalho. "Os resultados destacam o impacto ambiental da atividade veicular, que é discutido publicamente com menos frequência do que os efeitos das emissões, da infraestrutura rodoviária permanente e da perda de habitat", segue a dupla.