Estudantes desapareceram após Boko Haram atacar internato. 710 alunas estavam na escola no momento do ataque.

Por G1

Mais de 100 meninas continuam desaparecidas em Dapchi, na Nigéria, onde o grupo extremista Boko Haram atacou um internato na última segunda-feira, afirmaram seus pais nesta sexta-feira (23) à agência de notícias France Presse.

O líder da associação dos pais das estudantes desaparecidas, Bashir Manzo, disse que foi realizada "uma lista completa de todas as meninas desaparecidas" e que nessa lista "foram registrados 105 nomes".

De acordo com o colégio Girls Science Secondary School, que fica no estado de Yobe, no momento do ataque havia 710 alunas no internato, que recebe jovens a partir de 11 anos de idade. Moradores ouvidos pela AFP disseram que milicianos do grupo extremista nigeriano, fortemente armados, atacaram na segunda-feira a cidade de Dapchi. Eles atiraram para o alto e detonaram granadas.

Na última quarta-feira, um morador e um funcionário do governo local disseram à agência Reuters que as Forças Armadas da Nigéria haviam resgatado 76 alunas e recuperado os corpos de duas outras. A Reuters não pôde determinar a forma como as duas meninas morreram.

Na quinta, o porta-voz do governador do estado de Yobe afirmou que "algumas das jovens desaparecidas em um colégio para meninas da cidade de Dapchi foram encontradas pelas forças nigerianas e levadas para um local seguro", sem dizer o número exato de estudantes libertadas ou as circunstâncias em que elas conseguiram a liberdade.

Não está claro se as meninas foram sequestradas pelo grupo insurgente ou se fugiram para a selva, temendo a repetição do sequestro das garotas de Chibok, no estado vizinho Borno, em 2014. Naquele ano, 276 meninas foram sequestradas pelo grupo, gerando uma repercussão internacional.

Na quarta-feira, o avô de uma das estudantes desaparecidas afirmou à AFP que tinham lhe dito que as meninas estariam em outras aldeias, mas que os familiares procuraram por elas em todos os lugares mencionados e não as encontraram.

O presidente nigeriano Muhammadu Buhari ordenou na quarta-feira à noite ao exército "de atuar imediatamente" e "informar da evolução da situação".

O grupo jihadista Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", conduz desde 2009 ataques no nordeste da Nigéria que já mataram mais de 20 mil pessoas.