Entre as mulheres negras que participam do evento, estão: a ativista pelos direitos humanos Raaya Famau Ahmed (Quênia); a deputada Joacine Katar (Portugal); a diretora executiva da ONG Afroresistance Janvieve Wiliams Comrie (EUA/Panamá); a da socióloga e ex-Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Vilma Reis (Brasil); a ativista e da Agência ONU para Refugiados Prudence Kalambay (República Democrática do Congo); a embaixadora Tonika Seal Thompson (Barbados) e a pesquisadora panafricanista Yannia Sofia Garzón Valencia (Colômbia). programação completa abaixo
O evento começa no dia 28 (terça), às 11h, com a realização do painel de análise de conjuntura que debaterá “Violência, mulheres negras - enfrentamento político/econômico no contexto de pandemia e no pós-pandemia”.
O debate será realizado por meio de blocos, onde as lideranças de cada região apresentará reflexões sobre a realidade da vida das mulheres negras diante do cenário atual mundial. “Compreendemos que o impacto da pandemia da Covid-19 na precarização das vidas negras, na exploração capitalista, no racismo estrutural e nas situações de genocídio da população negra, se dá diretamente na vida das mulheres negras e isso precisa ser levado em consideração a nível global. Esse encontro é o primeiro passo para a construção de nosso futuro”, salienta Maria José Menezes, biológa e integrante da Mahin – Organização de Mulheres Negras.
Para a quarta-feira (29), o Webnário realizará uma roda de conversa relacionada a quatro eixos temáticos, são eles: 1) Mulheres negras no contexto de imigração na Europa, EUA e Brasil; 2) Saúde da população negra na África e Diáspora e Genocídio negro; 3) Questões sócio-ambientais: interesses econômicos na Amazônia, agricultura; privatização da água; comunidades quilombolas, de pescadores e pescadoras, de Terreiros e outros povos tradicionais; 4) Articulação e fortalecimento das redes de aquilombamento de mulheres numa perspectiva transnacional. A atividade desse dia é destinada apenas a representantes de organizações de mulheres negras que entrarem em contato com a Mahin previamente.
“Como desdobramento dos diálogos e parcerias com mulheres negras organizadas em grupos estabelecidos durante o Webnário sustentaremos o segundo momento dessa construção coletiva que está planejado para ser realizado em novembro, visando a atuação e incidência das mulheres negras na política internacional”, completa Denize Ribeiro, professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e integrante da Mahin – Organização de Mulheres Negras.
A MAHIN é uma organização não governamental de mulheres negras da Bahia (Nordeste do Brasil). É internacionalista, anticapitalista, antirracista, anticolonial, popular e de esquerda que atua na construção de um projeto coletivo e libertário que busca o protagonismo das mulheres negras a partir da articulação das bases, aliado à incidência política, socializando o diálogo com os demais movimentos sociais na perspectiva da transformação da sociedade. Articula com mulheres negras e indígenas no Brasil, América Latina e Caribe, África, Ásia, América do Norte e Europa.
A Mahin tem como seus principais objetivos: Promover a incidência política para luta, defesa e construção de direitos a partir do protagonismo dos sujeitos políticos, especialmente as mulheres negras; produzir, estimular a produção, identificar e sistematizar conhecimentos construídos a partir da experiência das mulheres negras numa perspectiva decolonial.
Dezenas de mulheres negras de diversos países do mundo se encontram nesta terça e quarta-feira (28 e 29 de julho), no 1º Webnário Transnacional promovido pela Mahin – Organização de Mulheres Negras. A atividade acontece através de plataformas online, com transmissão ao vivo pelo Facebook e Youtube, das 11h às 15h. O encontro emitirá certificado para as participantes do dia 28, por meio de inscrição prévia no site www.negrasmahin.org. O Webnário integra as atividade do Julho das Pretas e conta com a parceria e apoio de instituições como a Cese, Coletivo Luiza Bairros, Fórum Marielles, Almaa, Rede de Mulheres Negras, Sindoméstico, Kilomba, Afroresistance, Malungu, Rede de Mulheres de Terreiro e os Comitês Comunitários de Enfrentamento a Covid-19 nos Bairros Populares e nas Religiões de Matriz Africana de Salvador.