Um hotel luxuoso da rede Sheraton, que está em fase de obras em Cusco, será demolido. É o que decretou a justiça peruana após a construção do hotel destruir entre 2012 e 2014  muros arqueológicos incas de 500 anos.

As obras do prédio de sete andares já tinham sido paralisadas pela justiça em 2016. O prédio está localizado no interior da Zona Monumental de Cusco, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1983.

Nessa área sensível é permitido somente a construção de edifícios de dois andares. O desrespeito à legislação rendeu a empresa, em abril, uma multa de 2,2 milhões de dólares aplicada pelo ministério da Cultura.

“Para efeitos de restituir a situação de fato e de direito ao estado anterior à vulneração que sustenta esta demanda, ordene-se à Direção Desconcentrada de Cultura de Cusco a abertura de um processo de demolição do construído ilicitamente no citado imóvel, que altera e destrói de forma contínua os muros arqueológicos pré-hispânicos e incas existentes”, argumentou o magistrado Wilber Bustamante, da Corte Superior de Justiça de Cusco.

A imobiliária R&G S.A, responsável por projetos e construções, terá ainda que restituir as cinco plataformas e os muros incas retirados para as obras do hotel, como determinou a justiça.