SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Irã rejeitou apelos de países ocidentais para diminuir a tensão contra Israel nesta terça-feira (13) ao afirmar que não precisa pedir autorização para responder a seu inimigo. A negativa, que sucede o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, aumenta as preocupações de que a guerra na Faixa de Gaza se espalhe para outras regiões do Oriente Médio.

Nesta segunda-feira (12), os governos de Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Alemanha pediram que o Irã "renuncie a suas ameaças contínuas de um ataque militar contra Israel". A Casa Branca afirmou ainda que um ataque iraniano poderiam impactar negociações que tentam alcançar um cessar-fogo nos combates em Gaza e que devem começar na quinta-feira (15), no Egito ou no Qatar.

"Um pedido como este não tem lógica política, é totalmente contrário aos princípios e regras do direito internacional e constitui apoio a Israel", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Naser Kanani, em uma nota. "[O pedido] não faz objeções aos crimes internacionais do regime sionista, mas pede com atrevimento ao Irã que não atue de forma dissuasiva contra um Estado que violou a sua soberania."

Nos bastidores, porém, conversas para uma possível dissuasão parecem continuar.

Também nesta terça, o embaixador dos EUA na Turquia confirmou que Washington está pedindo a aliados que ajudem a convencer o Irã a reduzir as tensões. Além disso, três funcionários de alto escalão iranianos afirmaram à agência de notícias Reuters que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza impediria o Irã de retaliar Israel.

Uma das fontes, um alto funcionário de segurança iraniano, disse que o Irã, junto com aliados como o movimento extremista libanês Hezbollah, lançaria um ataque direto se as conversas sobre Gaza falhassem ou se eles percebessem que Israel está arrastando as negociações.

A região vive uma escalada de tensões desde que o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em um ataque aéreo em Teerã, há duas semanas. O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, acusou o Estado judeu, que nunca negou nem confirmou seu envolvimento. Na ocasião, ele disse que Israel "fez por merecer a dura punição" que receberá, "uma obrigação do Irã", de acordo com a mídia estatal do país.

Desde então, a Marinha americana enviou navios de guerra e um submarino para o Oriente Médio para reforçar as defesas de Israel.