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string(65) "Guerra Israel/Hamas: 400 mil moradores deixam Gaza, segundo a ONU"
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Pressionados por Israel a abandonar suas casas, moradores da parte norte da Faixa de Gaza deixaram o enclave, em uma corrida desesperada antes que o prazo determinado por Tel Aviv — 18h de ontem, horário de Brasília — chegasse ao fim. A pé, em carros e carroças, mulheres, homens e crianças partiram para fugir de bombardeios e de uma possível ofensiva por terra. Mais de 1 milhão de pessoas vivem na região-alvo do Exército israelense, que está atrás dos reféns, aproximadamente 150, feitos pelo movimento fundamentalista Hamas.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 400 mil moradores de Gaza deixaram o local. ''Gostaria de enfatizar: isso é apenas o começo. Nossos inimigos apenas começaram a pagar o preço. Não vou detalhar agora o que ainda está por vir, mas gostaria de dizer que isso é apenas o começo'', disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a contra-ofensiva endereçada ao Hamas. Ele afirmou que conversou com o presidente norte-americano Joe Biden, e outros líderes mundiais, reunindo ''tremendo apoio'' internacional.
A desocupação forçada dos civis em 24 horas, porém, repercutiu mal na ONU. A relatora especial Paula Gaviria Betancu classificou a ação como crime contra a humanidade. ''A punição coletiva é proibida pelo direito internacional. Estamos horrorizados.''Embora a opinião da especialista não seja a posição oficial das Nações Unidas, o porta-voz do secretário-geral, António Guterres, emitiu nota falando em tragédia. ''Pedimos firmemente que essa ordem seja anulada, para evitar transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa'', disse Stéphane Dujarric.
Críticas
Em resposta, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, criticou a organização e afirmou que o país deveria, na verdade, ser elogiado por permitir a saída dos moradores antes de atacar o enclave. ''Por anos, a ONU colocou sua cabeça na areia ao encarar o terror do Hamas crescer em Gaza, enquanto recursos e fundos foram colocados em Gaza e foram direto para o cofre dos Hamas'', discursou, antes da reunião do Conselho de Segurança (leia mais na página 2). ''Agora que Israel está dando um aviso para a população civil esvaziar Gaza, para evacuar áreas, valorizando vidas e minimizando a morte de civis, a ONU prefere condenar essas ações preventivas.''
Os ataques contra Gaza já deixaram 1,9 mil mortos, em sete dias de conflito, iniciado no dia 7. Desses, 614 seriam crianças, conforme o Ministério da Saúde palestino. O Exército israelense afirmou que, no país, foram 1,3 mil vítimas, sendo a maioria civis. Forte aliado de Israel, Joe Biden destacou ontem, contudo, que a crise humanitária em Gaza é uma prioridade. ''Não podemos perder de vista que a maioria avassaladora dos palestinos não tem nada a ver com o Hamas'', disse, durante discurso na Filadélfia.
Líbano
Os bombardeios israelenses também fizeram vítimas no Líbano. O cinegrafista Issam Abdallah, da agência de notícias Reuters, morreu e outros seis jornalistas ficaram feridos no sul do país. O grupo estava perto de Alma al-Shaab, na fronteira com Israel, quando foi atingido.
A ofensiva ocorreu após integrantes de uma organização palestina tentarem entrar em Israel pelo Líbano. ''Estamos profundamente tristes por saber que nosso cinegrafista Issam Abdallah foi assassinado'', diz um comunicado divulgado pela Reuters.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que as forças israelenses haviam ''atacado diretamente jornalistas no contexto de seus contínuos ataques no território libanês''. António Guterres expressou suas ''mais sinceras condolências'' pela morte do cinegrafista.
''Esperamos que seja feita uma investigação exata do que aconteceu'', acrescentou Stéphane Dujarric, seu porta-voz.
A reportagem é do Correio Braziliense.
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Pressionados por Israel a abandonar suas casas, moradores da parte norte da Faixa de Gaza deixaram o enclave, em uma corrida desesperada antes que o prazo determinado por Tel Aviv — 18h de ontem, horário de Brasília — chegasse ao fim. A pé, em carros e carroças, mulheres, homens e crianças partiram para fugir de bombardeios e de uma possível ofensiva por terra. Mais de 1 milhão de pessoas vivem na região-alvo do Exército israelense, que está atrás dos reféns, aproximadamente 150, feitos pelo movimento fundamentalista Hamas.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 400 mil moradores de Gaza deixaram o local. ''Gostaria de enfatizar: isso é apenas o começo. Nossos inimigos apenas começaram a pagar o preço. Não vou detalhar agora o que ainda está por vir, mas gostaria de dizer que isso é apenas o começo'', disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a contra-ofensiva endereçada ao Hamas. Ele afirmou que conversou com o presidente norte-americano Joe Biden, e outros líderes mundiais, reunindo ''tremendo apoio'' internacional.
A desocupação forçada dos civis em 24 horas, porém, repercutiu mal na ONU. A relatora especial Paula Gaviria Betancu classificou a ação como crime contra a humanidade. ''A punição coletiva é proibida pelo direito internacional. Estamos horrorizados.''Embora a opinião da especialista não seja a posição oficial das Nações Unidas, o porta-voz do secretário-geral, António Guterres, emitiu nota falando em tragédia. ''Pedimos firmemente que essa ordem seja anulada, para evitar transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa'', disse Stéphane Dujarric.
Críticas
Em resposta, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, criticou a organização e afirmou que o país deveria, na verdade, ser elogiado por permitir a saída dos moradores antes de atacar o enclave. ''Por anos, a ONU colocou sua cabeça na areia ao encarar o terror do Hamas crescer em Gaza, enquanto recursos e fundos foram colocados em Gaza e foram direto para o cofre dos Hamas'', discursou, antes da reunião do Conselho de Segurança (leia mais na página 2). ''Agora que Israel está dando um aviso para a população civil esvaziar Gaza, para evacuar áreas, valorizando vidas e minimizando a morte de civis, a ONU prefere condenar essas ações preventivas.''
Os ataques contra Gaza já deixaram 1,9 mil mortos, em sete dias de conflito, iniciado no dia 7. Desses, 614 seriam crianças, conforme o Ministério da Saúde palestino. O Exército israelense afirmou que, no país, foram 1,3 mil vítimas, sendo a maioria civis. Forte aliado de Israel, Joe Biden destacou ontem, contudo, que a crise humanitária em Gaza é uma prioridade. ''Não podemos perder de vista que a maioria avassaladora dos palestinos não tem nada a ver com o Hamas'', disse, durante discurso na Filadélfia.
Líbano
Os bombardeios israelenses também fizeram vítimas no Líbano. O cinegrafista Issam Abdallah, da agência de notícias Reuters, morreu e outros seis jornalistas ficaram feridos no sul do país. O grupo estava perto de Alma al-Shaab, na fronteira com Israel, quando foi atingido.
A ofensiva ocorreu após integrantes de uma organização palestina tentarem entrar em Israel pelo Líbano. ''Estamos profundamente tristes por saber que nosso cinegrafista Issam Abdallah foi assassinado'', diz um comunicado divulgado pela Reuters.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que as forças israelenses haviam ''atacado diretamente jornalistas no contexto de seus contínuos ataques no território libanês''. António Guterres expressou suas ''mais sinceras condolências'' pela morte do cinegrafista.
''Esperamos que seja feita uma investigação exata do que aconteceu'', acrescentou Stéphane Dujarric, seu porta-voz.
A reportagem é do Correio Braziliense.