O governo e a oposição do Chile estabeleceram um roteiro para convocar um plebiscito que perguntará aos cidadãos se eles querem uma nova Carta Magna.

O plebiscito será o primeiro passo para uma nova Constituição que substitua ou modifique substancialmente a que está em vigor desde 1980 e foi aprovada durante a ditadura de Augusto Pinochet.

Uma nova Constituição era uma das reivindicações dos protestos que tomaram o país desde 18 de outubro.

A persistência e a força do protesto social que mantém os chilenos em tensão convenceram os líderes dos partidos políticos da necessidade de realizar negociação para escolher os mecanismos para a reforma constitucional.

A rebelião estudantil contra o aumento das passagens de metrô, o embrião da reação popular, rapidamente se tornou uma demanda massiva que denunciou as desigualdades sociais em um país que até recentemente era tomado como exemplo de desenvolvimento pelos defensores do neoliberalismo.

Nas praças das grandes cidades do Chile, a maioria das manifestações foram pacíficas. Entretanto, foram contabilizados pelo menos 22 mortos, milhares de feridos e detidos, além do registro de saques, incêndios e danos materiais milionários.