COVID

Primeiro dia de flexibilização das medidas de bloqueio da França, que por 55 dias esteve sob isolamento social para conter a propagação do COVID-19

Os países europeus tentam conter a propagação da Covid-19 devido ao medo de um forte aumento de casos nas próximas semanas, intensificando as restrições aos seus cidadãos e endurecendo as condições de entrada em seus territórios.

Na turística ilha de Mykonos, capital da festa noturna na Grécia, os eventos terminarão cedo após a imposição de um toque de recolher noturno entre 1h e 6h, o mesmo horário do aplicado no dia anterior na cidade de Barcelona, na Espanha.

Já a França exige, a partir deste sábado (17), um teste negativo de Covid nas últimas 24 horas a todos os não vacinados procedentes do Reino Unido, Espanha, Portugal, Chipre, Grécia e Holanda, além de incluir Cuba, Indonésia, Moçambique e Tunísia em sua lista "vermelha" de países com risco pandêmico.

A variante Delta prejudicou os planos de muitos países europeus, que relaxaram as medidas anticovid e confiavam em um verão de normalidade progressiva graças ao rápido avanço da vacinação em grande parte do continente.

No entanto, os contágios voltam a crescer e surge no horizonte um novo cenário de risco desta pandemia, que já deixa mais de 4 milhões de mortos no mundo.

A Espanha, por exemplo, registra um acelerado crescimento de casos, especialmente entre jovens que ainda não se vacinaram, e tem cerca de 8 milhões de cidadãos submetidos a toques de recolher. 

As mortes, no entanto, continuam baixas graças aos altos índices de vacinação entre a população mais vulnerável.

A Agência Europeia de Controle de Doenças (ECDC) prevê um forte aumento da pandemia até quintuplicar o número de casos novos até 1º de agosto. No entanto, acredita que o número de hospitalizações e mortes não crescerá tanto.

Outros continentes: peregrinação a Meca e Olimpíada

No Brasil, um dos países mais enlutados com mais de 540 mil óbitos, o impulso da campanha de vacinação levou a uma melhora da situação, com uma média de 1.252 mortes diárias esta semana, contra quase 3.000 no início de abril.

Por outro lado, no Pacífico, as autoridades australianas não conseguem conter o surto detectado em Sydney após semanas de confinamento e ordenaram o fechamento dos comércios.

Nos Estados Unidos, a desaceleração da campanha de vacinação, devido ao receio dos mais relutantes, gerou um conflito entre a Casa Branca e o Facebook, o qual o presidente Joe Biden acusa de "matar gente" por não combater as informações falsas sobre o vírus na plataforma.

Outro fator de aceleração da pandemia pode ser a grande concentração de pessoas para eventos esportivos, como os iminentes Jogos Olímpicos, ou a peregrinação anual de muçulmanos a Meca, que começou neste sábado.

Em Tóquio, os organizadores dos Jogos anunciaram a detecção de um primeiro caso de covid-19 na Vila Olímpica.

Em Meca, a capacidade foi limitada a 60.000 participantes, apenas sauditas ou estrangeiros residentes devidamente vacinados, bem longe dos 2,5 milhões de 2019. Além disso, robôs distribuíam garrafas de água sagrada e os peregrinos não podem tocar a Kaaba.

© Agência France-Presse