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Os espanhóis vão às urnas neste domingo pela quarta vez em quatro anos, em um ambiente agitado pelo bloqueio político crônico e por uma crise catalã que alimentou a extrema direita do Vox.
Seis meses depois das legislativas de abril, que ganhou sem maioria absoluta, o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, voltou a pedir a confiança dos 37 milhões de eleitores para pôr fim a quatro anos de instabilidade.
Após votar em Pozuelo, noroeste de Madri, Sánchez animou "todos os cidadãos a votar [para] que a partir do dia de amanhã possamos ter a estabilidade necessária para poder formar governo e poder pôr a Espanha em andamento".
No entanto, as pesquisas apontam que voltará a ganhar mas ficando muito longe da maioria absoluta, necessitando dos apoios de outros partidos para tomar posse e aprovar leis.
Nesta eleição, que ocorrerá até o fechamento dos centros de votação às 19H00 GMT (16H00 em Brasília), o conservador Partido Popular (PP) espera se recuperar do fracasso de abril (66 assentos, seu pior resultado), e a grande surpresa seria a extrema direita do Vox, que poderia surgir como terceiro grupo parlamentar, dobrando os 24 assentos atuais.
Em um ambiente de fragmentação e polarização crescente, as pesquisas não dão a maioria nem à direita (PP, Ciudadanos e Vox) nem à esquerda (PSOE, Podemos e sua cisão Más País), e seus líderes não esclareceram como pensam resolver o bloqueio.
"Votei na direita, porque as coisas mais importantes são a unidade da Espanha e (garantir) as aposentadorias", indicou à AFP Rafael García, de 84 anos, no bairro madrilenho de Hortaleza, onde as janelas foram enfeitadas com bandeiras espanholas.
- Muita Catalunha -
Um dos temas dominantes da campanha foi a situação na Catalunha, onde segue vivo o pulso do separatismo contra o Estado, e onde as eleições são realizadas sob forte vigilância policial.
A temperatura disparou com a condenação em outubro de nove líderes independentistas a penas de prisão de entre nove e 13 anos de prisão, por seu papel na tentativa fracassada de secessão de 2017. A sentença deu lugar a uma semana de distúrbios na Catalunha.
"Pensei em não votar, outra vez, que pesadelo!, mas depois eu não ia gostar se ganhar a direita com a ultradireita", disse Mari Carmen López, 25 anos, depois de dar seu voto, no bairro barcelonês de Sant Andreu, ao Podemos, apesar de estar "decepcionada" porque a formação não conseguiu, após as eleições de abril, um acordo para governar com o PSOE, levando o país a estas novas legislativas.
O principal beneficiado da crise catalã parece ser o Vox, cujo líder, Santiago Abascal, defende "soluções drásticas": suspender a autonomia catalã, ilegalizar os partidos soberanistas, e prender o presidente da região, Quim Torra.
Ao mesmo tempo, Abascal fez uma campanha virulenta contra a imigração ilegal, que vincula com um suposto aumento da delinquência.
Sánchez não deixou de acusar o PP e o Ciudadanos de terem um discurso "colonizado" pelo Vox, graças ao qual governam em algumas regiões e cidades, como Madri.
- E pouca economia -
Durante a campanha, Sánchez cumpriu uma de suas promessas realizadas pouco depois de chegar ao poder, em junho de 2018: exumar os restos do ditador Francisco Franco do mausoléu onde estavam desde sua morte em 1975.
Pouco se falou, por outro lado, de economia, apesar dos recentes indicadores que apontam para uma desaceleração na quarta potência do euro.
Por exemplo, a Comissão Europeia cortou nesta semana em quatro décimos as previsões de crescimento para 2019 e 2020, a 1,9% e 1,5%.
O crescimento do PIB espanhol continuará, no entanto, acima da média da Eurozona, embora o analista Holger Schmieding, do banco alemão Berenberg, alerte que essa vantagem "caminha para diminuir nos próximos trimestres, a menos que um novo governo consiga enfim desativar o problema catalão e retomar as reformas favoráveis ao crescimento", algo "improvável" por enquanto.
Atualmente a Espanha continua com os orçamentos prorrogados de 2018, elaborados pelo anterior governo do PP.
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Após votar em Pozuelo, noroeste de Madri, Sánchez animou "todos os cidadãos a votar [para] que a partir do dia de amanhã possamos ter a estabilidade necessária para poder formar governo e poder pôr a Espanha em andamento".
No entanto, as pesquisas apontam que voltará a ganhar mas ficando muito longe da maioria absoluta, necessitando dos apoios de outros partidos para tomar posse e aprovar leis.
Nesta eleição, que ocorrerá até o fechamento dos centros de votação às 19H00 GMT (16H00 em Brasília), o conservador Partido Popular (PP) espera se recuperar do fracasso de abril (66 assentos, seu pior resultado), e a grande surpresa seria a extrema direita do Vox, que poderia surgir como terceiro grupo parlamentar, dobrando os 24 assentos atuais.
Em um ambiente de fragmentação e polarização crescente, as pesquisas não dão a maioria nem à direita (PP, Ciudadanos e Vox) nem à esquerda (PSOE, Podemos e sua cisão Más País), e seus líderes não esclareceram como pensam resolver o bloqueio.
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Durante a campanha, Sánchez cumpriu uma de suas promessas realizadas pouco depois de chegar ao poder, em junho de 2018: exumar os restos do ditador Francisco Franco do mausoléu onde estavam desde sua morte em 1975.
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Por exemplo, a Comissão Europeia cortou nesta semana em quatro décimos as previsões de crescimento para 2019 e 2020, a 1,9% e 1,5%.
O crescimento do PIB espanhol continuará, no entanto, acima da média da Eurozona, embora o analista Holger Schmieding, do banco alemão Berenberg, alerte que essa vantagem "caminha para diminuir nos próximos trimestres, a menos que um novo governo consiga enfim desativar o problema catalão e retomar as reformas favoráveis ao crescimento", algo "improvável" por enquanto.
Atualmente a Espanha continua com os orçamentos prorrogados de 2018, elaborados pelo anterior governo do PP.