O presidente do Equador, Lenín Moreno, aprovou ontem (14) novo Decreto nº 894, que deixa sem efeitos a decisão que suspendia o subsídio aos combustíveis, razão pela qual o país enfrentou 12 dias de violentas manifestações.

O novo decreto estabelece a imediata elaboração de um novo texto que "permita uma política de subsídios aos combustíveis, com um enfoque integral, com critérios de racionalização, foco e setorialização, que garanta que esses (subsídios) não se destinem ao benefício de pessoas com mais recursos econômicos nem a contrabandistas de combustíveis".

A ideia, defendida pelos indígenas em negociação, é que o novo decreto, ainda por ser concretizado, favoreça a população mais pobre.

Normalização

Hoje (15), o Equador amanheceu com os preços dos combustíveis reduzidos ao valor de antes do Decreto 883, aquele que suspendeu o subsídio e causou revolta. Todo o serviço de transporte público da capital também voltou a funcionar normalmente.

Outro serviço que voltou à normalidade hoje foi a educação. O Ministério da Educação do Equador anunciou que as aulas seriam retomadas a partir desta terça-feira (15) em todo o território nacional. As aulas tinham sido suspensas na terça-feira da semana passada, dia 8.

Limpeza

O Município de Quito anunciou um mutirão permanente de limpeza. Após o fim dos protestos, toneladas de sujeira e escombros precisam ser retiradas das ruas.

Nos arredores da Casa de Cultura, aonde os indígenas ficaram alojados, ou mesmo no Parque Del Arbolito, palco das manifestações, há toneladas de lixo, galhos e folhas de árvores, roupas, embalagens plásticas e paralelepípedos soltos.

O último relatório da Defensoria Pública afirma que foram registradas 8 mortes e 1.340 feridos atendidos nos Centros de Saúde devido aos protestos. Entre os mortos, 7 eram homens e uma era mulher. As idades variam de 26 a 49 anos.