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string(101) "Discurso de Lula na Universidade Paris 8 exalta educação como instrumento de transformação social"
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string(7155) "247 - Em cerimônia realizada nesta sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Paris 8, na França. Lula iniciou sua fala expressando gratidão e destacando o significado simbólico da homenagem: “recebo, com imensa alegria, o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Paris 8. É uma honra ser o segundo brasileiro laureado, colocando-me ao lado de uma grande pensadora e filósofa, amiga, petista, Marilena Chauí”.
O presidente dedicou o reconhecimento aos valores que norteiam sua trajetória: justiça social, educação emancipadora e a luta pelos direitos dos excluídos.
Paris 8 como símbolo de inclusão e resistência - Remontando às origens da Universidade Paris 8, fundada no calor dos protestos de 1968, Lula elogiou a vocação crítica e inclusiva da instituição. “Paris 8 foi pioneira ao abrir as portas para os filhos da classe trabalhadora, os imigrantes, os que não tinham sobrenome famoso. Mostrou que o saber não é privilégio — é direito”, afirmou, ao lembrar a influência de pensadores como Foucault, Deleuze e do brasileiro Josué de Castro na formação de um pensamento transformador.
Educação como pilar do combate à desigualdade - Em tom firme, Lula defendeu o papel da política como instrumento de enfrentamento da desigualdade, lembrando que o ensino superior no Brasil sempre foi elitizado até a chegada de governos progressistas ao poder. “Foi preciso que um metalúrgico sem diploma universitário chegasse ao poder pelo voto popular para mudar essa realidade”, disse, referindo-se à própria história.
O presidente citou conquistas dos governos petistas, como a expansão das universidades, a criação de institutos federais e a aprovação das políticas de ação afirmativa: “nos governos do Partido dos Trabalhadores consolidamos um modelo de ensino mais aberto e inclusivo. Com a presidenta Dilma Rousseff, aprovamos a lei de ação afirmativa que mudou a cara dos egressos das universidades brasileiras”.
Anunciou ainda a criação da primeira Universidade Indígena do Brasil, prevista para 2026, após consultas com povos originários, e reforçou o compromisso de seu governo em combater a fome. “Tirar o Brasil do mapa da fome, como fizemos em 2014, é o compromisso mais urgente do meu governo”, enfatizou.
Contra a extrema direita e o negacionismo - O discurso também denunciou os ataques da extrema direita às instituições acadêmicas, traçando um paralelo entre o obscurantismo atual e os métodos repressivos das ditaduras latino-americanas. “A extrema direita tem medo da educação porque sabe que é onde nasce a consciência”, declarou.
Lula destacou que a França tem papel histórico na proteção de intelectuais brasileiros perseguidos e defendeu as universidades como trincheiras da ciência, da arte e da liberdade de pensamento, especialmente diante dos desafios contemporâneos como o avanço das tecnologias digitais e a crise climática.
Inteligência Artificial, BRICS e crise climática - Sobre o avanço da Inteligência Artificial, o presidente alertou para os riscos da ausência de regulação. Anunciou que a próxima Cúpula do BRICS, marcada para julho no Brasil, deverá aprovar uma “Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial”.
Ele também vinculou o papel das universidades ao combate à crise climática: “de suas salas, sairão as jovens lideranças que unirão ciência, inovação e conhecimento tradicional para delinear os caminhos de uma transição ecológica justa”.
Paz, multilateralismo e solidariedade - Lula criticou as guerras em curso, com ênfase no genocídio em Gaza e na guerra na Ucrânia: “não é possível permanecer indiferente ao absurdo da guerra na Ucrânia e do genocídio do povo palestino em Gaza”. E reafirmou os princípios que guiam sua política internacional: “a gravidade do momento exige a defesa firme dos valores que unem a humanidade: a defesa da paz, do multilateralismo e do desenvolvimento sustentável”.
Cooperação com a França e futuro da educação - O presidente agradeceu os esforços da reitoria da Paris 8 por fortalecer os laços com o Brasil, destacando programas como a dupla diplomação com a UERJ e o acolhimento de doutorandos indígenas. A adesão ao Ano Brasil-França 2025 foi elogiada como exemplo concreto de cooperação acadêmica, científica e cultural.
Ao concluir, Lula convocou as novas gerações à ação transformadora: “que o dia de hoje seja mais uma semente lançada para fortalecer os laços humanos entre a França e o Brasil e para inspirar as novas gerações a sonhar, a questionar e a agir”. E encerrou evocando Paulo Freire: “só o conhecimento pode romper as correntes da desigualdade e construir sociedades mais justas”.
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O presidente dedicou o reconhecimento aos valores que norteiam sua trajetória: justiça social, educação emancipadora e a luta pelos direitos dos excluídos.
Paris 8 como símbolo de inclusão e resistência - Remontando às origens da Universidade Paris 8, fundada no calor dos protestos de 1968, Lula elogiou a vocação crítica e inclusiva da instituição. “Paris 8 foi pioneira ao abrir as portas para os filhos da classe trabalhadora, os imigrantes, os que não tinham sobrenome famoso. Mostrou que o saber não é privilégio — é direito”, afirmou, ao lembrar a influência de pensadores como Foucault, Deleuze e do brasileiro Josué de Castro na formação de um pensamento transformador.
Educação como pilar do combate à desigualdade - Em tom firme, Lula defendeu o papel da política como instrumento de enfrentamento da desigualdade, lembrando que o ensino superior no Brasil sempre foi elitizado até a chegada de governos progressistas ao poder. “Foi preciso que um metalúrgico sem diploma universitário chegasse ao poder pelo voto popular para mudar essa realidade”, disse, referindo-se à própria história.
O presidente citou conquistas dos governos petistas, como a expansão das universidades, a criação de institutos federais e a aprovação das políticas de ação afirmativa: “nos governos do Partido dos Trabalhadores consolidamos um modelo de ensino mais aberto e inclusivo. Com a presidenta Dilma Rousseff, aprovamos a lei de ação afirmativa que mudou a cara dos egressos das universidades brasileiras”.
Anunciou ainda a criação da primeira Universidade Indígena do Brasil, prevista para 2026, após consultas com povos originários, e reforçou o compromisso de seu governo em combater a fome. “Tirar o Brasil do mapa da fome, como fizemos em 2014, é o compromisso mais urgente do meu governo”, enfatizou.
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Inteligência Artificial, BRICS e crise climática - Sobre o avanço da Inteligência Artificial, o presidente alertou para os riscos da ausência de regulação. Anunciou que a próxima Cúpula do BRICS, marcada para julho no Brasil, deverá aprovar uma “Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial”.
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Paz, multilateralismo e solidariedade - Lula criticou as guerras em curso, com ênfase no genocídio em Gaza e na guerra na Ucrânia: “não é possível permanecer indiferente ao absurdo da guerra na Ucrânia e do genocídio do povo palestino em Gaza”. E reafirmou os princípios que guiam sua política internacional: “a gravidade do momento exige a defesa firme dos valores que unem a humanidade: a defesa da paz, do multilateralismo e do desenvolvimento sustentável”.
Cooperação com a França e futuro da educação - O presidente agradeceu os esforços da reitoria da Paris 8 por fortalecer os laços com o Brasil, destacando programas como a dupla diplomação com a UERJ e o acolhimento de doutorandos indígenas. A adesão ao Ano Brasil-França 2025 foi elogiada como exemplo concreto de cooperação acadêmica, científica e cultural.
Ao concluir, Lula convocou as novas gerações à ação transformadora: “que o dia de hoje seja mais uma semente lançada para fortalecer os laços humanos entre a França e o Brasil e para inspirar as novas gerações a sonhar, a questionar e a agir”. E encerrou evocando Paulo Freire: “só o conhecimento pode romper as correntes da desigualdade e construir sociedades mais justas”.