ONDE ESTÁ WILSON?

O cachorro Wilson, um pastor belga de 6 anos, está perdido há três dias na Amazônia colombiana. O cão atuou no resgate das quatro crianças que passaram 40 dias desaparecidas na selva — sendo o responsável por encontrar uma mamadeira de plástico, um dos primeiros sinais das crianças — , mas também acabou perdido.

De acordo com as Forças Militares da Colômbia, Wilson foi visto pela última vez nas células combinadas de busca entre as selvas de Caquetá e Guaviare, na quarta-feira (7/6).

Pegadas do cão foram encontradas perto de rastros que parecem ser das crianças, o que leva o Exército a acreditar que o animal pode ter encontrado os quatro colombianos. No entanto, no momento do resgate, Wilson não estava com elas. 

Wilson estava há um mês na área de selva. Ele ajudou na localização do avião que transportava as crianças e dos corpos dos três adultos que morreram no acidente. Não é a primeira vez que Wilson desaparece durante uma expedição pela selva. Há três semanas, o cão desapareceu por algumas horas, mas depois retornou ao posto, ferido e desidratado.

A história do cachorro herói desaparecido emocionou a população colombiana, que acompanhou de perto os mais de 40 dias de busca pelas crianças desaparecidas. Na sexta-feira, ao anunciar o resgate, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, citou o animal, mas disse que não havia informações sobre o paradeiro dele.

Crianças estão falando pouco

Até o momento, as crianças não falaram se encontraram Wilson na selva, mas afirmam não ter visto animais selvagens. Em entrevista exclusiva ao Correio, Fidencio Valencia, avô dos meninos, disse que os quatro estão "muito acabados". 

 "Pouco a pouco vamos perguntando algumas coisinhas para eles, mas precisamos deixar que descansem. Estão assustados, por seus corpos e por todos os ruídos na selva. Quase nada falaram", comentou Valencia. As quatro crianças — Lesly Jacobombaire Mucutuy, de 13 anos; Soleiny Jacobombaire Mucutuy, 9; Tien Noriel Ronoque Mucutuy, 4; e Cristin Neriman Ranoque Mucutuy, de 11 meses — estavam desaparecidas na selva desde 1º de maio.