Quase 600 bombeiros lutam nesta terça-feira contra um incêndio que começou na véspera na região turística do Algarve, ao sul de Portugal, e que devastou cerca de 9.000 hectares.


Cerca de 80 pessoas tiveram que ser evacuadas e um bombeiro foi hospitalizado depois de sofrer queimaduras, informou à AFP um porta-voz do comando regional da Proteção Civil.


O incêndio começou na segunda-feira na localidade de Castro Marim, perto da fronteira com a Espanha, e foi controlado por volta do meio-dia, mas voltou a ganhar força durante a tarde.


À noite, as chamas afetavam um perímetro de quase 40 quilômetros e uma superfície de quase 9.000 hectares, informou nesta terça-feira o comandante da Proteção Civil regional, Richard Marques.


A imprensa local informou que o incêndio destruiu uma fazenda localizada em uma colina repleta de vegetação e árvores frutíferas.


As chamas avançaram para o sul, na direção da costa, o que obrigou as autoridades a bloquear o tráfego na estrada que cruza o Algarve de leste a oeste.


O trânsito foi liberado na autoestrada nesta terça-feira, mas os bombeiros, apoiados por quase 200 veículos e oito aviões ou helicópteros, temem as condições meteorológicas "preocupantes", declarou Marques.


Na segunda-feira, o governo português decidiu prolongar por 48 horas o estado de alerta contra incêndios decretado na sexta-feira para a maior parte do território.


Na vizinha Espanha, o incêndio registrado em Navalacruz, na província de Ávila (centro-oeste) permanecia ativo, mas a evolução era considerada "favorável". As chamas queimaram 12.000 hectares e provocaram a retirada de mil pessoas.


Os incêndios afetaram nas últimas semanas vários países, incluindo Grécia, Turquia e Argélia. As chamas estão associadas a diversos fenômenos previstos pelos cientistas devido à mudança climática.


Portugal, afetado em 2017 pelos incêndios florestais mais letais de sua história, registrava até o momento um verão relativamente tranquilo e sem chamas.