BRASÍLIA, DF, E ROMA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) planeja se encontrar durante sua visita à Itália com um dos líderes da ultradireita do país, o ex-ministro do Interior Matteo Salvini. O encontro está sendo organizado para ocorrer na terça-feira (2). Nesse dia, Bolsonaro deve participar de uma cerimônia em memória dos combatentes brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial, na cidade de Pistoia.

O possível encontro com Salvini tem sido costurado pela delegação brasileira e por assessores do senador. Ambos os lados destacam que a participação do político italiano ainda não está confirmada.
Salvini é líder do partido xenófobo Liga Norte e já foi a figura mais influente do cenário político italiano.


Atualmente membro da coalizão do governo do premiê Mario Draghi, ele tem perdido apoio com o avanço do partido ultranacionalista Fratelli d'Italia (Irmãos da Itália), que tem crescido sobre o eleitorado da Liga.


Como Bolsonaro, Salvini admira abertamente o ex-presidente dos EUA Donald Trump. Tem ainda um histórico de manifestações xenófobas e anti-imigração. Em 2018, quando assumiu o ministério do Interior do governo Giuseppe Conte, disse que uma das prioridades seria adotar uma linha dura contra a migração.


"Portas abertas para pessoas boas e um bilhete de ida a aqueles que vêm à Itália causar confusão e acham que vamos cuidar deles. Mandá-los de volta será uma das nossas maiores prioridades", disse.


Atualmente, Salvini responde a um processo judicial em que é acusado de ter impedido o desembarque em um porto italiano de um navio com mais de 140 migrantes resgatados do Mediterrâneo por uma ONG.


O senador também tem relações com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente brasileiro. Quando Eduardo foi indicado ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos -posto que não conseguiu assumir-, o político italiano o parabenizou nas redes sociais.


"Feliz que o amigo Eduardo Bolsonaro tenha sido indicado como o próximo embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Nosso abraço da Itália", escreveu Salvini, em julho de 2019.