Recifense foi um dos vencedores do Grande Prêmio Orgulho de Pernambuco
Há 13 anos, o recifense Renato Góes viajava para o Rio de Janeiro na intenção de passar algo em torno de 20 dias. Ainda não sabia que jamais voltaria a residir na capital pernambucana. "Era só para pegar a mala e visitar", relembra. Aos poucos, o jovem foi construindo uma carreira de sucesso em produções culturais do Sudeste, transitando entre televisão, cinema e teatro. Neste ano, após protagonizar o longa-metragem Legalize já - que conta o início do grupo de rap carioca Planet Hemp -, o rapaz de 31 anos entrou no rol de atores pernambucanos de destaque no cinema nacional, ao lado de Jesuíta Barbosa e Irandhir Santos. Foi esse êxito que o fez ganhar o Grande Prêmio Orgulho de Pernambuco, promovido pelo Diario de Pernambuco e realizado no dia 27 de novembro, na categoria Cinema.
Os primeiros passos de sua história como ator foram ainda no Recife, quando iniciou cursos de atuação no Sesc. Chegou a atuar em algumas peças teatrais, mas sua estreia só ocorreu de fato no Rio. Os primeiros trabalhos, ainda de aparição tímida, foram em novelas da Rede Globo como Pé na jaca (2006) e Cama de gato (2009), até ganhar maior destaque em Cordel encantado (2011), ambientada no Sertão nordestino. Em 2010, também apresentou o Comentário geral, programa de televisão transmitido em rede nacional pela TV Brasil.
Os primeiros passos de sua história como ator foram ainda no Recife, quando iniciou cursos de atuação no Sesc. Chegou a atuar em algumas peças teatrais, mas sua estreia só ocorreu de fato no Rio. Os primeiros trabalhos, ainda de aparição tímida, foram em novelas da Rede Globo como Pé na jaca (2006) e Cama de gato (2009), até ganhar maior destaque em Cordel encantado (2011), ambientada no Sertão nordestino. Em 2010, também apresentou o Comentário geral, programa de televisão transmitido em rede nacional pela TV Brasil.
Na sétima arte, começou em curtas-metragens e filmes como Polaróides urbanas (2006) e Tropa de elite (2007). "No cinema, sinto que passei para uma janela maior. Meu grande retorno foi com Solidões, em 2013. Desde então, fiz vários filmes e tentei focar nisso", diz ele. Entre os longas, estão Pequeno dicionário amoroso 2 (2015), Apaixonados - O filme (2016) e Por trás do céu (2017). O ano de 2016 foi uma virada na sua carreira. Chegou aos olhos do grande público na TV com Ligações perigosas, minissérie dirigida por Manuela Dias e com elenco composto com nomes da alta cúpula global, a exemplo de Patrícia Pillar, Marjorie Estiano e Selton Mello. Esse último, inclusive, sempre foi uma inspiração para o pernambucano.
Como todo ator, Renato teve a sagacidade de ir incorporando aprendizados da interpretação em cada trabalho que participou. Nesse ponto, Ligações perigosas foi um prato cheio. "Aprendi muito. As minhas primeiras brincadeiras de ator eram imitando o Selton em Auto da Compadecida. Tudo o que ele fez depois, eu cresci vendo. Ele segura, tem o domínio e isso me inspirou. Quando você vai fazer a cena, você ensaia uma vez, passa para as câmeras, faz cinco takes da mesma cena. Ele tem um domínio de não perder antes. É como se guardasse a coisa com um frescor da cena para a hora certa", pondera.
Como todo ator, Renato teve a sagacidade de ir incorporando aprendizados da interpretação em cada trabalho que participou. Nesse ponto, Ligações perigosas foi um prato cheio. "Aprendi muito. As minhas primeiras brincadeiras de ator eram imitando o Selton em Auto da Compadecida. Tudo o que ele fez depois, eu cresci vendo. Ele segura, tem o domínio e isso me inspirou. Quando você vai fazer a cena, você ensaia uma vez, passa para as câmeras, faz cinco takes da mesma cena. Ele tem um domínio de não perder antes. É como se guardasse a coisa com um frescor da cena para a hora certa", pondera.
No mesmo ano, deu continuidade à ascensão na Rede Globo na primeira fase de Velho Chico, folhetim lúdico filmado em diversos municípios vizinhos do Rio São Francisco. Ele interpretou Santo dos Anjos, que na segunda fase ficou por conta de Domingos Montagner - que acabou falecendo em um acidente nas correntezas em um trecho do São Francisco em Sergipe. Em 2017, veio Os dias eram assim, novela das 23h ambientada durante a ditadura militar brasileira (1964 - 1985) e que marcou sua carreira, por ser o primeiro papel como protagonista. "Foi muito emblemático paramim,ainda mais por ser o primeiro personagem que admirei. Foi um personagem forte, complexo, com carga de emoção, que parecia ter mais uma vida simples e dada ao próximo", relembra. Em 2018, outro papel marcante: foi Jesus na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém.
O GALÃ
Foi também nessa época que ganhou a alcunha de "galã" da TV nacional, sendo constantemente alvo de tabloides, algo que se acentuou ainda mais quando assumiu seu relacionamento com a atriz Thaila Ayala, sua atual na-morada. "Eu atribuo esse ró-tulo de galã aos personagens. Sou bastante reservado, dá para perceber isso pelas mi-nhas redes sociais. Eu não exploro muito o lado do Renato como pessoa, porque acho mais justo explorar o personagem que eu estiver fazendo. Claro que eu não fecho os olhos para o que está acontecendo, mas trabalho muito. Se tem alguém que me para e fala bem do trabalho, aquilo me revigora e me dá força para continuar".
UM DOS MAIORES DESAFIOS DA CARREIRA
Com Renato Góes já no centro dos holofotes da mídia nacional, surgiu o convite dos diretores Gustavo Bonafé e Johnny Araújo para o papel de Marcelo D2 em Legalize já, seu trabalho de maior destaque e aclamação no cinema. Também seu maior desafio, ao incorporar as feições carrancudas do rapper, que colocou em prova sua versatilidade e alterações físicas. "O fato de terem acreditado que eu tinha capacidade de fazer um papel de alguém que é extremamente carioca, uma espécie de símbolo do Rio de Janeiro, me deixou muito contente", diz ele.
O preparo foi além do estudo do personagem e contato com o músico. Renato teve acompanhamento de um fonoaudiólogo, chegou a morar no mesmo bairro que Marcelo cresceu (Catete, no Rio), conviveu com sua família, amigos e trabalhou em um camelódromo que costumava ser o ofício do rapper. "Criei uma banda com mais quatro colegas para tocar por oito meses. Eu queria ir entrando no ritmo, na voz e no flow do Marcelo. O rap é dificil pra caramba”, admite o ator.
RAÍZES
Ao vencer a categoria do Grande Prêmio Orgulho de Pernambuco de 2018, Renato destaca sobre como, mesmo vivendo no Rio de Janeiro há 13 anos, nunca deixou de levantar a bandeira do estado ou trabalhar para orgulhar seus conterrâneos. "Nós não fazemos para os outros. Nós fazemos para os nossos. Nós nunca fomos virados para fora. Nós somos voltados para tudo que é de dentro. Seja na música, no cinema ou nas artes plásticas. O nosso grito ecoa nos corações de quem anda pertinho da gente. Eu tenho muito orgulho de ser pernambucano. Muito obrigado pela honra do prêmio".