Rogério Ceni assumiu o comando do Cruzeiro com o propósito de escalar um time ofensivo, rápido e de constante busca pelo gol. Ao mesmo tempo, prometeu que aproveitaria a base de trabalho construída por seu antecessor, Mano Menezes, conhecido por formar equipes fortes defensivamente. Em seu segundo dia de trabalho, nesta quarta-feira, o novo técnico manteve um costume do antigo comandante: o treino fechado. Na 17º colocação do Campeonato Brasileiro, com 11 pontos, a Raposa se prepara para enfrentar oSantos, líder da competição, com 32.
Ceni já tinha esse hábito desde os tempos de São Paulo e Fortaleza. Ele permitiu que a imprensa acompanhasse os 30 primeiros minutos da atividade na Toca da Raposa. Os goleiros fizeram trabalhos específicos sob o comando do preparador Robertinho, enquanto os jogadores de linha, após roda de conversa de 10 minutos com o técnico, foram supervisionados pelo preparador físico Danilo Augusto. A novidade foi o zagueiro Dedé, que havia sido poupado nessa terça-feira.
Antes de a bola rolar, Rogério conversou reservadamente com Thiago Neves, que não participou do empate por 2 a 2 com o Avaí, no último domingo, na Ressacada, por estar suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O camisa 10 deve retornar à equipe titular no duelo de domingo, às 16h, contra o Santos, no Mineirão, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Na coletiva de apresentação no Cruzeiro, Ceni havia afirmado que não se importava com idade dos jogadores (Thiago Neves é um dos mais velhos, com 34), mas sim com o esforço e empenho deles em campo. “Acho que não existe idade no futebol. Não se proíbe jogar dois ou três jogadores acima de 30 anos no mesmo time. Só preciso da entrega e que eles façam o melhor. E nós vamos ajustar da maneira que for possível”.
Sob os olhares dos jornalistas, o grupo do Cruzeiro foi separado em dois. Com a posse de bola, o time sem colete tinha a missão de colocar o grupo de colete na roda. A cada apito de Rogério Ceni, um novo jogador reforçava a marcação, tornando mais difícil a troca de passes. Quando conseguiam recuperar a bola, os atletas vibravam. Depois, Ceni inverteu os lados: a formação de colete atacava e a sem colete defendia. Por fim, o comandante fechou o treinamento.
Em entrevista antes do treino, o zagueiro Leo afirmou que o elenco já conheceu a filosofia de Ceni e agora tentará assimilá-la o mais rápido possível. “Ele já demonstrou nesses primeiros dias a sua maneira de trabalhar, sua filosofia, sua ideologia. Temos aí uma semana boa de trabalho e esperamos aproveitar da melhor maneira, já conseguir implantar a sua ideia e a estratégia para esse jogo contra o Santos. É um momento muito importante, da gente poder dar a volta por cima, mudar essa situação”.