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Violentos, 'barras bravas' serão impedidos de entrar no Brasil para Copa América

06/04/2019 14h20 - Atualizado em 06/04/2019 14h26 por Estadão Conteúdo


brava.jpg Reprodução/Redes Socias

 


A última briga envolvendo "barras bravas" no Brasil ocorreu na quarta-feira, entre torcedores de Flamengo e Peñarol, do Uruguai, antes do jogo pela Copa Libertadores entre os dois times no Maracanã

O Ministério da Justiça e Segurança Pública pretende impedir a entrada no Brasil, durante a Copa América, de "barras bravas" da Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Uma lista de estrangeiros com histórico de brigas em estádios será distribuída em postos da Polícia Federal nos aeroportos e rodovias. Aqueles que tentarem entrar em território brasileiro serão barrados.

A relação dos brigões deverá ser enviada nos próximos dias pelas autoridades dos participantes da Copa América por meio de um intercâmbio de informações entre as forças de segurança dos países. Será formado um banco de dados de pessoas consideradas suspeitas e apontadas como "agressivas" pelas autoridades locais.

"Consideramos os barras bravas como um ponto crítico, por isso faremos o controle de entrada nas fronteiras. Torcedores proibidos de entrar nos estádios dos seus países e com problemas penais, como mandato de prisão, por exemplo, podem ser impedidos", explica César Augusto Martinez, da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O policiamento será reforçado nas fronteiras do Rio Grande do Sul com Uruguai e Argentina. Duas partidas na Arena do Grêmio colocaram as autoridades em alerta: Uruguai x Japão, em 20 de junho, e Argentina x Catar, no dia 23.

A última briga envolvendo "barras bravas" no Brasil ocorreu na quarta-feira, entre torcedores de Flamengo e Peñarol, do Uruguai, antes do jogo pela Copa Libertadores entre os dois times no Maracanã. Um flamenguista foi internado em estado grave. No ano passado, torcedores do Colo-Colo, do Chile, entraram em confronto com policiais em um jogo com o Corinthians em Itaquera. Um chileno foi atingido na cabeça durante briga com corintianos perto do Metrô Itaquera e sofreu traumatismo craniano. Os chilenos também brigaram em 2014, na Copa do Mundo, e em 2017, em partida da Universidade de Chile pela Copa Sul-Americana, na Arena Corinthians.

Por determinação do ministro Sérgio Moro, medidas relativas à segurança são de responsabilidade da Seopi. No mês passado, foi apresentado o Plano Estratégico de Segurança para o evento. A secretaria atuará como órgão articulador para que a atuação das policiais, da União, dos Estados e dos municípios seja integrada. As operações ficarão concentradas no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), em Brasília, mas cada Estado tem o seu centro regional. A estrutura é a mesma utilizada na Copa de 2014. Ao contrário do Mundial, no entanto, as Forças Armadas não vão compor o esquema.

Agentes policiais dos 12 países participantes do torneio ficarão baseados no Rio, no Centro de Comando e Controle da Polícia Federal. A ideia é reunir no local especialistas dos setores de Imigração, Repressão a Drogas e Facções Criminosas.

A Copa América terá 26 jogos em seis estádios de cinco capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio, Salvador e São Paulo. As partidas serão disputadas entre 14 de junho e 7 de julho. Japão e Catar, atuais campeão e vice-campeão da Ásia, respectivamente, participarão na condição de convidados.

A delegação catari é motivo de preocupação porque está prevista a visita do príncipe Nasser Salih Nasser Abdullah Al-Attiya. "Teremos uma cautela especial e reforço da segurança", diz Martinez. Outros chefes de Estado e autoridades da Fifa e da Conmebol também viajarão para o Brasil durante o torneio.