Comportamento agressivo e vibrante foi premiado com empate na série; decisão do finalista sairá sexta, em Contagem
Ter desperdiçado duas oportunidades seguidas de vencer o EMS Funvic Taubaté-SP nas semifinais da Superliga Masculina colocou no caminho do Sada Cruzeiro a dura missão de vencer três jogos consecutivos para garantir presença na decisão do maior torneio do país. Entre as barreiras, estava passar pelo time do interior paulista fora de casa, precisando segurar a pressão de uma torcida que comparece e joga junto o tempo todo.
A vitória no jogo três da série havia mantido o Cruzeiro vivo e motivado para o duelo seguinte. Mesmo sem estar acostumado com uma obrigação deste tamanho, o time mineiro tinha o histórico de ir bem em momentos decisivos a seu favor para tentar empatar a série e forçar o quinto jogo.
Com energia e postura condizentes com esta fase da competição, o Sada Cruzeiro mostrou que o desempenho dos dois primeiros jogos foi algo passageiro e superado. Lembrando a atitude da partida anterior, os celestes conseguiram dar muito trabalho para o adversário, que não demorou para perceber que estava, agora sim, diante do verdadeiro Sada Cruzeiro, pentacampeão brasileiro e tri mundial. A vitória por 3 a 0 (25/23, 27/25 e 25/20) faz o jogo de sexta-feira, no ginásio do Riacho, em Contagem, se transformar em uma verdadeira decisão. Quem vencer, vai para a final contra o Sesi-SP.
Contando com o saque firme, como se espera, e o bloqueio tocando em várias bolas, o Cruzeiro correspondeu também nos ataques, graças à precisão de Uriarte, sabendo usar as opções nas horas certas. Os ataques de Leal, pelo fundo, não encontravam marcação e eram usados em momentos de definição para garantir que os pontos não escapassem. Variando bem as jogadas, o levantador confundia o bloqueio de Taubaté, que foi se perdendo com o passar do jogo. Boas presenças de Simon e Evandro, no saque e ataque, foram determinantes para a equipe celeste encontrar desafogos nos momentos de aperto. O Taubaté pecou justamente nos saques e bloqueios, duas das principais armas que encaminharam a indigesta surpresa.
Para chegar na oitava final seguida de Superliga, resta somente mais um passo. O que parecia tão distante agora torna-se próximo e possível, fazendo até mesmo os incrédulos se darem conta do feito realizado. Por mais méritos que o time tenha nesta recuperação, a meta final ainda não foi alcançada. Falta um último e mais difícil passo no Riacho, que promete ferver com um jogo digno de decisão entre gigantes.
O jogo
No começo do jogo, o Taubaté conseguiu emplacar eficientes saques em sequência para exigir muito da recepção cruzeirense, que teve dificuldades para jogar a bola pra cima. A resposta celeste veio por meio de bloqueios bem postados e conseguindo anular parte dos ataques dos donos da casa, fazendo com que a diferença aberta fosse logo reduzida até se transformar em empate nos 14 pontos. Assim que conseguiu encaixar seu saque, o Cruzeiro conseguiu pular na frente com um 21 a 18 em momento-chave da primeira etapa antes de fazer 1 a 0.
No segundo set, o Sada Cruzeiro seguiu com ritmo agressivo, conseguindo pressionar o ataque adversário com boa presença do seu bloqueio e boa distribuição de Uriarte. Desta vez, os visitantes estiveram na frente, mesmo por margem mínima, para fazer o Taubaté correr atrás do prejuízo. No 16 a 13, uma diferença importante de três pontos apareceu para o Cruzeiro, que logo tomou a virada para ter a certeza da montanha que ainda precisava escalar rumo ao seu objetivo final. O 23 a 20 para o Taubaté fez a torcida da casa ver o empate muito próximo. A frustração foi geral quando saques de Evandro e Simon quebraram a recepção adversária para um 27 a 25 deixar os azuis a um set do quinto jogo.
O terceiro set teve o Sada se descolando do placar logo no início, beneficiado pelo alívio de ter vencido dois duros sets. Com a confiança de quem estava na frente, o Cruzeiro fez um 10 a 5 para jogar toda a pressão para os paulistas. Os erros dos donos da casa contribuíram para o triunfo na última parcial vir mais rápido do que o esperado. Bastou ao Cruzeiro administrar a diferença, com algum sufoco após reação paulista, para não ser surpreendido e mostrar que está mais inteiro do que nunca, marcando presença em momentos de decisão como sua história tanto mostra.
Escalações:
Taubaté: Rapha, Wallace, Otávio, Solé, Ivovic, Dante e Thales. Entraram: Madaloz, Ruiz. Técnico: Daniel Castellani
Sada Cruzeiro: Uriarte, Evandro, Isac, Simon, Filipe, Leal e Serginho. Entraram: Rodriguinho . Técnico: Marcelo Mendez