A paratleta de Belo Horizonte Izabela Campos, de 42 anos, foi convocada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para defender o país no Mundial de Atletismo. A competição será disputada em Paris, França, de 8 a 17/7. 

Izabela compete na categoria F11, para atletas com deficiência visual quase total, e vai disputar as provas de arremesso de peso e lançamento de disco, na qual é especialista. Ela faz parte da delegação junto a outros 50 paratletas e 11 atletas-guia que vão participar do evento que serve de preparação para as Paralimpíadas de Paris, em 2024. 

Izabela é beneficiária do Programa Bolsa Atleta oferecido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese-MG), por meio da Subsecretaria de Esportes (Subesp), na categoria Nacional. Ela recebe R$ 1,5 mil a cada dois meses para ajudar a custear treinamentos e competições. 

“A expectativa para Paris é a melhor possível. Sigo trabalhando para alcançar e melhorar minhas marcas. Estou muito feliz, agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram.

Treino de segunda a sábado no período da manhã, no Centro de Treinamento da UFMG, e posso garantir que o esforço vale a pena”, comemorou. 

História

Deficiente visual desde os 15 anos após contrair sarampo aos sete, Izabela encontrou no esporte sua realização. 

“O esporte foi um divisor de águas na minha vida. Tudo que tenho e que aprendi foi me dado por meio dele. Às vezes me pego pensando o que seria de mim se não tivesse começado. Vem em minha cabeça algumas ideias, mas nenhuma delas me leva aos lugares e vivências que o esporte me proporcionou. Ou seja, ele me transformou em uma pessoa melhor em todos os aspectos da minha vida”, celebrou. 

A coroação com a convocação vem junto a um 2023 de grandes resultados, já que alcançou a melhor marca da carreira. Caso confirme a ida a Paris, disputará sua quarta Paralimpíada, além de ter ido a dois Jogos Parapan-americanos e a cinco edições do mundial. 

“Participei do último mundial realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Mas a competição que mais me marcou foram os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, onde ganhei a minha primeira medalha paraolímpica”, relembrou. 

Programa de incentivo 

Relacionado entre as políticas públicas da Sedese-MG, o programa Bolsa Atleta apoia financeiramente atletas e paratletas que atuam em modalidades olímpicas, paralímpicas e algumas não olímpicas. O programa ajuda a pagar inscrições em competições, transporte, hospedagens, alimentação, aquisição de materiais e equipamentos para os treinamentos. 

Interessados em solicitar a política pública devem acessar o edital publicado anualmente no site: www.social.mg.gov.br. 

Competição 

O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos de Tóquio 2020 e deve ser o maior evento paralímpico a ocorrer na capital francesa antes dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. A competição será realizada no Estádio Charlety, que já sediou etapas do Grand Prix da modalidade. 

Em Paris 2023, a Seleção Brasileira de atletismo contará com uma delegação maior do que em Dubai (EAU) 2019, quando o país participou com 43 atletas. Na ocasião, os brasileiros fizeram a melhor campanha da história do país na competição, na segunda colocação do quadro geral, com 39 medalhas no total: 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze. 

O desempenho superou o resultado da edição de Lyon 2013, que até então era a melhor, com 16 ouros, dez pratas e 14 bronzes, na terceira posição geral. 

O atletismo é um dos esportes mais vitoriosas do país. Na história dos Jogos Paralímpicos, a modalidade é a que obteve a maior quantidade de medalhas, com 170 pódios no total.