A temporada de 2019 começou no futebol brasileiro com os elevados custos do Flamengo para jogar no Maracanã dividindo as atenções com o grande time que o rubro-negro carioca montou contratando estrelas como Arrascaeta, ex-Cruzeiro, e Gabriel e Bruno Henrique, ex-Santos.
Como o Hoje em Dia teve acesso à planilha do custo do Mineirão para o Cruzeiro em toda a temporada de 2018, uma comparação entre os gastos do mandante nas duas arenas se tornou obrigatório, sendo que no caso flamenguista a fonte de consulta foi o site da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), onde são publicados os borderôs dos jogos do Campeonato Carioca.
E a comparação entre os dois maiores clientes de cada uma das duas arenas é impressionante, pois o Cruzeiro paga quatro vezes menos para ter o Mineirão como “casa” em relação ao que gasta o Flamengo para ser mandante no Maracanã.
Duas diferenças precisam ser consideradas, pois o Cruzeiro, por ter um contrato de exclusividade com o Mineirão por 25 anos, tem 30% de desconto nas suas despesas e também não paga aluguel do campo, sendo que isso para o Flamengo custa R$ 120 mil por partida.
De toda forma, nas três primeiras partidas do Flamengo em 2019 no Maracanã, todas pelo Campeonato Carioca, o custo médio por torcedor foi de R$ 15,77, segundo as despesas discriminadas no boletim financeiro de cada um dos jogos. Em 2018, o custo médio de torcedor do Cruzeiro no Gigante da Pampulha foi de R$ 4,25.
O maior valor de despesas da Raposa no Mineirão no ano passado foram R$ 212.230,56, na partida de volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Palmeiras. Ele é inferior três vezes ao menor valor pago pelo Flamengo com despesas de jogos nesta temporada no Maracanã.
Os dois estádios passaram por reforma a partir de 2010, pois ambos receberam jogos das Copas das Confederações e do Mundo, em 2013 e 2014, respectivamente.
Em nota (veja no final do texto), no início da semana , a administradora do Maracanã revelou que todas as despesas pagas pelo clube rubro-negro no estádio são de operação dos jogos. O único valor cobrado fora isso são os R$ 120 mil pelo aluguel da arena.
Racionalidade
O baixo custo de operação por torcedor que o Cruzeiro conseguiu no Mineirão em 2018 é fruto de uma mudança estratégica promovida pelo clube na última temporada, com a troca de diretoria.
“Nós temos a preocupação de usar o estádio sempre de forma racional. Assim, tentamos fazer uma previsão de público o mais real possível, o que em determinadas partidas nos permite até mesmo fechar setores inteiros, o que faz o custo cair”, revela Leandro Freitas, gerente de marketing do clube e que está diretamente ligado às operações das partidas.
Mas o dirigente cruzeirense faz uma observação, pois segundo ele esses R$ 4,25 de custo médio de operação por torcedor não são o valor gasto pelo clube em seus jogos no Gigante da Pampulha.
“Gastamos mais do que isso. Este valor é apenas o que custa a operação da Minas Arena. Mas o Cruzeiro também tem uma equipe própria trabalhando em todas as partidas e que recebe uma remuneração por jogo. Com isso, nosso custo por torcedor sobe”, afirma Leandro.
Segundo ele, no ano passado este quadro móvel cruzeirense custou cerca de R$ 1,5 milhão, o que aumenta em R$ 1,35 o custo da operação por torcedor, chegando-se a um valor próximo de R$ 5,60, mesmo assim muito inferior se comparado aos R$ 15,77 que o Flamengo desembolsou, em média, nos três jogos no Maracanã em 2019.
Cobrança
Apesar da parceria, a relação entre Cruzeiro e Minas Arena não é fácil. Mas neste momento, segundo Leandro, o clube tem buscado propostas justamente para melhorar o relacionamento entre as duas partes, o que para ele é fundamental.“
Em 2018, só o Cruzeiro jogou como mandante no Mineirão. Temos algumas questões para acertar e estamos conversando. Na última segunda-feira tivemos uma reunião e fizemos algumas reivindicações, tanto no serviço ao torcedor como em relação a custos. Acredito que podemos resolver, pois queremos melhorar essa relação”, afirma Leandro.
A nota da administração do Maracanã à imprensa