Em férias forçadas em uma fazenda no Rio Grande do Sul nesse momento em que o Brasil e o mundo lutam contra o coronavírus, o atacante Marcelo Moreno não esconde sua ansiedade por voltar a jogar futebol.

Ainda sem uma previsão oficial de retorno do calendário do futebol no país, o atacante segue cumprindo protocolos do departamento de fisiologia e médico do Cruzeiro para tentar manter o melhor padrão físico possível nesse momento de distanciamento social. 

"Se falar da parte física, todo mundo está sendo prejudicado agora. Se você perder uma semana de treino já é muito, tem que ser consciente, os jogadores tem que ser conscientes, manter a forma por que é umas férias forçadas. Estamos no nosso direito de fazer o que a gente quiser, pular um pouco a dieta, mas se você tiver um pouco de consciência, trabalhar em casa e nas condições que tiver, em lugares isolados onde possa fazer um treino, acho válido para manter a forma. Uma semana é muito sem treinar. Estamos há quase 25 dias sem poder fazer um treino com o grupo. Se a gente tiver uns 15 dias, 20 dias de treino será muito bom para trabalhar a parte tática, a parte física, principalmente. Quem não tiver se cuidando vai perder muito", disse em entrevista à rádio Itatiaia. 

Mesmo com as tentações da gastronomia o jogador sabe que é importante manter a "boca fechada" para aquilo que praticamente todo mundo gosta, as famosas "besteiras". 

"Sou uma pessoa normal, tenho vontade de comer chocolate, churrasco. Estou em Porto Alegre, vim cuidar do meu sogro, que está na idade de risco, fiz um churrasco para ele, sai da dieta, a gente tem vontade também, mas tem que se limitar, saber o momento certo de aproveitar. O dia do lixo tem que ser um por semana só (...) Tem que manter a dieta sim, porque se fosse um tempo atrás eu nao pintaria aquela camisa no corpo", brincou.

Moreno não esconde a ansiedade de reencontrar os amigos de clube, o novo treinador, e reiniciar os trabalhos na Toca II. 

"Mas bate a ansiedade de querer trabalhar logo com o novo treinador, conhecer como ele quer que a gente jogue taticamente, como que ele quer que a gente encare esse ano. Todo mundo está com esse pensamento de voltar o trabalho enquanto antes (...) A ansiedade é demais, de querer estar jogando, de querer fazer o meu trabalho, rever os companheiros, de bater aquela resenha do vestiário, de estar no Cruzeiro. Bate uma saudade, mas, enfim, temos que nos adaptar ao que estamos vivendo no momento. (...) como falei, a vida de todo mundo tem que estar em segurança. Isso que é importante", comentou. 

De olho na tentativa de manter em alta o preparo físico, Moreno não esconde a vontade de voltar a fazer gols pelo Cruzeiro. O jogador, que ainda não balançou as redes oficialmente no seu retorno ao clube, comentou que mesmo fora de sua melhor condição tentou ajudar o time no começo do ano, quando não havia paralisação no futebol nacional. 


"Estou com muita saudade (de fazer a flecha, comemoração nos gols). Quando eu cheguei, falei para o Adilson (Batista) que não estava 100%, mas que estava à disposição para ajudar o Cruzeiro na reconstrução, se ele quisesse me colocar eu daria o meu melhor dentro de campo, e foi o que eu fiz. Eu não estava 100%, mas mesmo assim eu joguei, tentei ajudar meus companheiros, vários fizeram isso também, mas é pelo Cruzeiro, né. Tenho certeza que a recompensa chegará dentro de campo com muitos gols e a gente vai reerguer o Cruzeiro, que é o que importa no momento", ressaltou.