CAMPEONATO BRASILEIRO


O grito de "é campeão" está entalado há quase 50 anos. Cauteloso que é, o atleticano demorou a tirá-lo da garganta, apesar da larga vantagem em relação aos adversários e da proximidade da sonhada conquista do Campeonato Brasileiro. Mas não há mais angústia ou tensão nas arquibancadas, que pela primeira vez ao longo da competição se deu ao luxo de "anunciar" o bicampeonato. A cada jogo no Mineirão, é uma festa. Foi assim neste sábado: com show de Hulk, o Atlético venceu o Juventude por 2 a 0, em partida da 35ª rodada, e ficou ainda mais perto do título. E mais: bateu o recorde de público desde a reinaguração do estádio em 2013, com 61.476 presentes. 


Com a vitória, o líder Atlético chega aos 74 pontos - 11 à frente do segundo colocado Flamengo, que ainda joga nesta noite de sábado, diante do Internacional, no Beira-Rio, a partir das 21h30.

Na terça-feira, o Atlético visita o Palmeiras no Allianz Parque, em São Paulo, a partir das 21h30, em partida da 35ª rodada. O Juventude joga mais cedo, às 19h, diante do Atlético-GO, no Estádio Antônio Accioly, em jogo adiado da 30ª rodada.

 


Jogo truncado


Parecia um treinamento de ataque contra defesa. Propositivo desde o primeiro toque na bola, o Atlético encontrou pela frente uma barreira verde e branca. O Juventude se agarrou na conhecida experiência do técnico Jair Ventura em armar fortes sistemas de marcação para controlar o líder do campeonato na etapa inicial. Deu certo. 


Debaixo de muita chuva, os donos da casa até tiveram boas oportunidades nos pés de Keno, Diego Costa e Matías Zaracho, mas desperdiçaram. O goleiro Douglas pouco precisou fazer, assim como o companheiro de posição: Everson quase não foi incomodado pelo Juventude, que buscou um ou outro contragolpes sem sucesso.


Só um dos nove chutes do primeiro tempo encontrou a direção do gol. Diante de tanta dificuldade para superar a marcação rival, o técnico Cuca mandou o meia Nacho Fernández a campo ainda na etapa inicial. O argentino entrou no lugar do zagueiro Réver, lesionado. Com isso, o volante Allan passou a fazer dupla com Nathan Silva.


Titular da posição, Junior Alonso foi vetado por conta de uma pancada no joelho direito. O atacante Vargas, com entorse no tornozelo direito, também ficou fora da partida deste sábado.


Durante o primeiro tempo, a contestada arbitragem de Luiz Flávio de Oliveira (Fifa/SP) foi alvo de protestos por parte dos atleticanos. As reclamações se deveram especialmente a um lance: a bola desviou no braço do zagueiro Rafael Forster após um chute de Keno, mas o pênalti não foi marcado. E o 0 a 0 persistiu.


As dificuldades criativas do Atlético seguiram na retomada do segundo tempo. Com o Juventude ainda recuado, o cenário da partida pouco se alterou. Aos 18 minutos, a torcida começou a dar sinais de impaciência com os erros do time. Foi quando Nathan Silva arriscou de longe, acertou o travessão e reacendeu as arquibancadas. 


Se não estava fácil com a bola rolando, foi em um lance de bola parada que o Atlético furou a retranca adversária. Aos 25 minutos, depois de muita demora para conferir o VAR, o árbitro assinalou pênalti contestável em Diego Costa. Na cobrança, Hulk, o artilheiro alvinegro, deslocou o goleiro e celebrou o 1 a 0.


Apenas seis minutos depois, o camisa 7 voltou a tirar o grito de gol da torcida. E foi um golaço. Keno puxou em velocidade pela esquerda e serviu Hulk. Com extrema frieza, o atacante limpou a marcação e chutou no ângulo. Na comemoração, a dupla repetiu o gesto de Jô e Ronaldinho Gaúcho: peito a peito, celebraram assistência e bola na rede.


A partir daí, só festa nas arquibancadas do Mineirão. Sem sustos, o Atlético sustentou a vantagem, comemorou mais uma vitória no estádio e ficou ainda mais perto do sonhado título brasileiro.


ATLÉTICO 2 X 0 JUVENTUDE


Atlético
Everson; Mariano, Nathan Silva, Réver (Nacho Fernández, aos 34' do 1ºT) e Guilherme Arana; Allan, Jair e Zaracho (Tchê Tchê, aos 38' do 2ºT); Keno (Savarino, aos 38' do 2ºT), Hulk e Diego Costa (Igor Rabello, aos 31' do 2ºT)
Técnico : Cuca


Juventude
Douglas; Michel Macedo, Quintero (Didi, aos 28' do 2ºT), Rafael Forster (Rafael Bilu, aos 32' do 2ºT) e William Matheus; Dawhan, Jadson (Wescley, aos 28' do 2ºT) e Ricardinho; Capixaba (Paulo Henrique, aos 12' do 2ºT), Sorriso e Ricardo Bueno
Técnico : Jair Ventura


Motivo : 34ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local : Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data e horário : sábado, 20 de novembro de 2021, às 19h (de Brasília)

Gols : Hulk, aos 26' e aos 31' do 2ºT (ATL)


Cartões amarelos : Mariano, aos 43' do 1ºT (ATL); Jadson, aos 45' do 1ºT, e Dawhan, aos 33' do 2ºT (JUV)


Público : 61.476 torcedores
Renda : R$ 4.649.287,50


Árbitro : Luiz Flávio de Oliveira (Fifa/SP)


Assistentes : Alex Ang Ribeiro (SP) e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP)
VAR : Péricles Bassols Pegado Cortez (SP)