O surto global do novo coronavírus, denominado Covid-19, segue causando problemas e gerando dúvidas para a realização de eventos esportivos. Nesta terça-feira, o governo do Japão admitiu a hipótese de adiar os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, que começam em 24 de julho, para o final do ano por causa da doença, que já atingiu 274 pessoas e matou ao menos 6 no país.

O Comitê Organizador tem fugido da possibilidade de adiar o evento devido ao risco do coronavírus. Segundo Seiko Hashimoto, ex-patinadora e ministra das Olimpíadas no Japão, o contrato com o Comitê Olímpico Internacional (COI) prevê que o evento seja realizado em 2020. Na interpretação da organização dos Jogos, a afirmação abriria a possibilidade de um adiamento da competição em alguns meses.

"O COI tem o direito de cancelar os Jogos somente se eles não ocorrerem dentro de 2020. Isso pode ser interpretado como a possibilidade dos Jogos serem adiados, contanto que sejam realizados durante esse ano", explicou Seiko Hashimoto, em resposta durante uma audiência do Parlamento japonês nesta terça-feira.

A ministra, no entanto, acrescentou que o governo "está fazendo de tudo" para garantir que os Jogos Olímpicos aconteçam dentro das datas planejadas, entre 24 de julho e 9 de agosto. Já o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, rechaçou a hipótese de adiamento e garantiu que a Olimpíada começará no dia programado.

"O COI está totalmente determinado a fazer com que os Jogos ocorram com sucesso a partir de 24 de julho e até 9 de agosto", declarou o dirigente nesta terça-feira ao abrir a reunião do Comitê Executivo da entidade, em Lausanne, na Suíça.

Diversos eventos-teste para a Olimpíada foram cancelados em meio ao surto do coronavírus no país. O canadense Dick Pound, vice-presidente do COI, foi quem sugeriu que os Jogos de Tóquio-2020 pudessem ser cancelados se a contaminação do vírus seguisse aumentando.

Até o momento, o novo coronavírus já contaminou mais de 91 mil pessoas em todo o mundo e fez mais de 3,1 mil vítimas. O balanço no Japão desconsidera os 706 casos e seis falecimentos ligados ao navio Diamond Princess, que estava em quarentena na Baía de Yokohama.