Ídolo do Cruzeiro, Nonato revelou dois arrependimentos do ex-presidente Zezé Perrella. Em entrevista ao Prateleira de Cima Podcast, dos jornalistas Chico Maia e Régis Souto, o antigo camisa 6 citou episódios relacionados à eliminação na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1995 e à derrota na final do Mundial de Clubes de 1997.

 De acordo com Nonato, Perrella tomou decisões que acabaram dando errado. No Brasileirão de 1995, o dirigente demitiu o técnico Ênio Andrade, que havia levado o time à liderança na primeira fase. Já no Mundial de 1997, buscou o lateral-direito Alberto, o zagueiro Gonçalves e os atacantes Bebeto e Donizete Pantera exclusivamente para a disputa em Tóquio, no Japão, contra o Borussia Dortmund, da Alemanha.

 “Aquele baixinho é difícil de aceitar os erros. Em público, pior ainda. Mas ele me disse que se arrependeu de duas coisas no Cruzeiro. A primeira foi ter mandado o senhor Ênio embora no Brasileiro de 1995 e ter trazido o Jair Pereira. Perdemos a classificação da Supercopa e depois dois ou três jogos no Brasileiro (…). E a segunda foi esse jogo contra o Borussia Dortmund”.

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Zezé Perrella, ex-presidente do Cruzeiro(foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

Brasileirão de 1995

No Brasileirão de 1995, 24 clubes foram divididos em dois grupos de 12. Na primeira fase, os times se enfrentaram dentro da própria chave, totalizando 11 rodadas. Na segunda fase, o confronto foi com os 12 adversários do outro grupo.

 Os líderes de cada grupo tanto na primeira quanto na segunda fase se classificaram para as semifinais.

 Segundo Nonato, o Cruzeiro caiu de produção depois que Ênio Andrade deu lugar a Jair Pereira. A troca de comando havia sido motivada pela derrota no primeiro jogo da semifinal da Supercopa Libertadores – 1 a 0 para o Flamengo, no Mineirão.

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Nonato com o troféu da Copa do Brasil de 1996(foto: Estado de Minas)

Além de não conseguir a reviravolta na Supercopa – perdeu novamente para o Flamengo, por 3 a 1, no Maracanã -, a Raposa oscilou na reta final da segunda fase do Brasileirão. Isso fez com que a equipe avançasse à semifinal com campanha inferior à do Botafogo.

Santos: líder do Grupo B da 2ª fase, com 27 pontos (8 vitórias, 3 empates, 1 derrota); 46 pontos nas duas fases

Botafogo: líder do Grupo A da 2ª fase, com 27 pontos (8 vitórias, 3 empates, 1 derrota); 45 pontos nas duas fases

Cruzeiro: líder do Grupo A da 1ª fase, com 25 pontos (8 vitórias, 1 empate, 2 derrotas); 39 pontos nas duas fases

Fluminense: líder do Grupo B da 1ª fase, com 21 pontos (6 vitórias, 3 empates, 2 derrotas); 34 pontos nas duas fases


O regulamento da Série A daquele ano previa vantagem às equipes com mais pontos nas duas fases. Assim, o Botafogo eliminou o Cruzeiro com dois empates: 1 a 1, no Mineirão, e 0 a 0, no Maracanã.

 O Alvinegro Carioca conquistou o título nacional ao superar o Santos: vitória por 2 a 1, no Rio, e empate por 1 a 1, em São Paulo.