Oito jogos sem vitória. Oito jogos sem fazer gol. E vai contando. A crise do Cruzeiro parece se agravar a cada vez que o time entra em campo. Desta vez, o tropeço foi diante do Internacional, nesta quarta-feira, no Mineirão, pelo duelo de ida da semifinal da Copa do BrasilEdenilson, aos 30 minutos do segundo tempo,marcou o gol da vitória dos gaúchos, após rebote de Fábio em cobrança de falta de Paolo Guerrero: 1 a 0. Antes, o camisa 1 celeste havia feito duas ótimas defesas, em conclusões de Wellington Silva e do próprio Guerrero. A Raposa, por sua vez, não exigiu uma intervenção importante de Marcelo Lomba. De 11 finalizações, dez foram longe do alvo.

As inúmeras bolas levantadas na grande área fizeram os nomes dos zagueiros Victor Cuesta e Rodrigo Moledo e mostraram que Mano Menezes tem cada vez mais dificuldade para organizar uma equipe criativa no ataque.

No último domingo, o treinador já havia colocado seu cargo à disposição após a derrota para o Atlético, no Independência, pelo Campeonato Brasileiro (2 a 0). Na ocasião, a diretoria decidiu mantê-lo no cargo. Agora, o revés desta quarta torna o futuro dele repleto de incertezas. 

Seja com Mano Menezes ou outro profissional, o Cruzeiro tentará reagir na semifinal da Copa do Brasil no dia 4 de setembro (quarta-feira), às 21h30, no Beira-Rio, em Porto Alegre. Para avançar à semifinal, o time precisa ganhar do Inter por dois gols de diferença. Se vencer por um gol, a vaga será decidida nos pênaltis.

Antes de pensar no mata-mata, haverá o Campeonato Brasileiro. Na zona de rebaixamento (18º, com dez pontos), a Raposa visitará o lanterna Avaí, às 16h de domingo, no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, pela 14ª rodada.
 
 
O jogo
 
“Eu disse que não vinha mais… mas quem ama, perdoa”. A mensagem transmitida por uma torcedora em cartaz representava o sentimento de milhões de cruzeirenses. A sequência de sete partidas sem vencer e nem sequer fazer gol causava incômodo e insatisfação, porém os apaixonados pela Raposa tinham esperanças de que a maré ruim acabaria nesta quarta.

Qual seria, então, a estratégia de Mano Menezes? Apostando no poder de decisão de Thiago Neves, o treinador tirou Marquinhos Gabriel para dar lugar a Sassá. Com isso, Pedro Rocha foi deslocado para a ponta. Na lateral esquerda, Dodô substituiu Egídio, que ficou negativamente marcado por sucessivos erros de passe e falhas na marcação nas últimas apresentações.
 
O Cruzeiro começou o jogo com vantagem na posse de bola, chegando a contabilizar 64%. Só que o domínio era estéril. A paciência do público foi colocada à prova com passes entre Orejuela, Dedé, Leo e Dodô. Quando o time ameaçava avançar, os meio-campistas erravam na transição, seja com lançamentos malsucedidos ou perdas de posse.

Como o Inter parecia interessado no empate, a qualidade técnica do espetáculo acabou prejudicada. Até os 30 minutos, a única finalização certa foi colorada: Rafael Sobis arriscou de fora da área, no centro da meta. Fábio segurou com tranquilidade.
 
Ciente da importância da vitória na ida, o Cruzeiro se esforçou para tentar superar a boa marcação do Internacional. Aos 35 minutos, Sassá conseguiu dominar dentro da grande área após cobrança de escanteio, porém bateu muito mal. Aos 39 minutos, o camisa 99 recebeu assistência de Pedro Rocha, girou em cima de Victor Cuesta e voltou a errar o alvo.

O Inter respondeu aos 41min: Guerrero deu enfiada no ‘vazio’ para Uendel, que foi à linha de fundo e buscou o passe rasteiro para Edenílson no segundo pau. No meio do caminho, Dodô fez corte providencial e salvou a Raposa.
 
Na volta para o segundo tempo, o Cruzeiro teve boa chance logo a 1min. Pedro Rocha arrancou no meio-campo e deu bom passe para Thiago Neves, que “furou” no momento da finalização. Em lances seguintes, o camisa 10 errou domínios e passes aparentemente fáceis, irritando parte do público no Mineirão.

Aos 21min, Mano Menezes recorreu a Fred, artilheiro do time em 2019, com 16 gols, porém sem balançar a rede há 15 partidas. Tanto os laterais quanto os meias buscaram explorar o jogo aéreo com o camisa 9, mas a retaguarda do adversário estava atenta para afastar as bolas.
 
Depois de ficar por muito tempo na defesa, o Internacional percebeu que tinha condições de levar perigo ao Cruzeiro. Aos 24min, Wellington Silva tabelou com Edenilson, livrou-se de Dodô e chutou forte. Fábio espalmou. Aos 26min, Patrick deixou Robinho no chão e encontrou Guerrero na pequena área. O camisa 1 cruzeirense novamente se mostrou arrojado e nem sequer deu rebote na conclusão do peruano.

Aos 30min, Fábio voltou a salvar o Cruzeiro defendendo cobrança de falta de Guerrero, porém a defesa não acompanhou o rebote, e Edenilson só teve o trabalho de tocar a redonda para o fundo da rede: 1 a 0.

Sem forças para reagir, o time deixou o campo vaiado. As cobranças foram incisivas em cima de Mano Menezes, que recebeu xingamentos assim que Luiz Flávio de Oliveira apitou pela última vez.
 
CRUZEIRO 0X1 INTERNACIONAL
 
CRUZEIRO
Fábio; Orejuela, Dedé, Leo e Dodô; Henrique e Ariel Cabral (Maurício, aos 36min do 2ºT); Robinho (Marquinhos Gabriel, aos 27min do 2ºT), Thiago Neves e Pedro Rocha; Sassá (Fred, aos 21min do 2ºT)
Técnico: Mano Menezes
 
INTERNACIONAL
Marcelo Lomba; Bruno, Rodrigo Moledo, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Lindoso, Edenilson (Nonato, aos 36min do 2ºT) e Patrick; Nico López (Wellington Silva, aos 14min do 2ºT), Rafael Sobis (Sarrafiore, aos 39min do 2ºT) e Paolo Guerrero
Técnico: Odair Hellmann
 
Gol: Edenilson, aos 30min do 2ºT (INT)
 
Cartões amarelos: Dedé, aos 13min do 1ºT (CRU); Rafael Sobis, aos 13min do 1º (INT)
 
Motivo: jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil
 
 
Estádio: Mineirão
 
Data: quarta-feira, 7 de agosto de 2019
 
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (FIFA/SP)
 
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Danilo Ricardo Simon Marins (FIFA/SP)
 
Árbitro de vídeo (VAR): Bráulio da Silva Machado (FIFA/SC)
 
Assistentes do VAR: José Cláudio Rocha Filho e Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (FIFA/RJ)

Público: 32.886

Renda: R$ 905.798,00