O período sem bola rolando não é necessariamente um período em que o mundo do futebol esteja parado. Não são poucas as dúvidas sobre a continuidade de diversos campeonatos mundo a fora. A ansiedade é grande pela volta da chamada vida normal, mas a prudência suspendeu a rotina e consequentemente a bola.

Se no campo tem sido difícil elogiar o Cruzeiro, fora dele, ontem o Cruzeiro deu um passo importante, pouco comum e inspirador. A reunião e decisão do Clube de expulsão de 30 conselheiros efetivos e natos é um passo claro para o que pode vir a ser um novo caminho. Mas veja bem: 30 conselheiros!

O estatuto do Cruzeiro foi ferido. Os conselheiros expulsos estavam recebendo do Clube. Alguém até poderia argumentar que em outros clubes a realidade é a mesma, mas a argumentação é descabida. O assunto é o Cruzeiro, seus conselheiros e o descumprimento de seu estatuto.

O passo certamente oferece um olhar novo para quem comanda. Não deve ser fácil mexer com nomes e sobrenomes tão conhecidos no Cruzeiro. Em um chamado processo de reconstrução, a direção atual acerta em não se omitir e a anterior no mínimo se mostrou muito mal acostumada com velhos erros.


O Cruzeiro se mexer, mas a CBF também está envolvida. O site da entidade, que teve seus últimos presidentes afastados e envolvidos em escândalos mostra a presença de Gustavo Perrella na Diretoria de Projetos Estratégicos.

Entenda: A CBF é a entidade que dirige o futebol brasileiro. Tudo! Calendário, jogos de clubes, de seleções, contratos. Tudo passa pela CBF e o mínimo que a entidade que manda e desmanda precisa fazer agora é se manifestar. Se para o Cruzeiro Gustavo Perrella não mereceu mais ter o cargo de conselheiro, imagino que para a CBF o cargo de diretor de projetos estratégicos mereça uma revisão.