Um dos maiores jogadores de futebol da atualidade, Cristiano Ronaldo foi direto na hora de falar dos valores hoje praticados nas transferências de atletas pelo mundo. Em uma entrevista dada ao canal de TV português TVI, o atacante da Juventus definiu os dias atuais como "loucura" por conta de recordes quebrados com facilidade até em posições que seriam menos valorizadas como goleiros e zagueiros.

 
"Hoje em dia, os preços praticados são surreais. Agora qualquer jogador sem ter provado nada vale 100 milhões de euros (cerca de R$ 450 milhões). Isto é a loucura. Vê-se centrais (zagueiros) e goleiros sendo transferidos por valores astronômicos. Mas, por um lado também é bom porque é sinal de que o negócio do futebol está vivo e, aparentemente, de boa saúde", disse o atacante.

Seu clube mesmo fez um negócio deste porte nesta janela de transferências na Europa. O zagueiro holandês Matthijs de Ligt foi contratado pela Juventus junto ao Ajax pelo valor total de 85,5 milhões de euros (cerca de R$ 361 milhões).

Quando questionado sobre quanto valeria se hoje tivesse 25 anos, Cristiano Ronaldo, que está com 34, foi enfático. "Quando vejo goleiros sendo vendidos por 75 milhões de euros (R$ 335 milhões), um jogador que faça o que eu faço dentro do campo e que garanta gols tem que ter valor três, quatro vezes mais. Fácil", afirmou o português.

Sobre sua saída do Real Madrid para a Juventus logo depois da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, o atacante reafirmou a necessidade de um novo desafio para sua carreira. "A nível financeiro, não preciso do futebol para viver bem. Vou viver bem a vida inteira. Há projetos e este da Juventus me aliciou. Era um desafio. Tinha ganho na Inglaterra, Espanha e ia ganhar aqui na Itália. E consegui mais um recorde ao ganhar o campeonato. Gosto de desafios. Para mim, Madri já era uma zona de conforto. Depois de ganhar 17 ou 18 títulos, era mais um. As rotinas eram sempre iguais. Queria um novo desafio, sou uma pessoa que procura aperfeiçoar-me na minha área", definiu.

Cristiano Ronaldo não se absteve de falar sobre um caso extracampo, que ressaltou não gostar muito de falar, que é a acusação de estupro que sofreu nos Estados Unidos. "2018 foi o ano mais difícil para mim em termos pessoais. Quando as pessoas metem a tua honra em causa, isso dói. Dói muito. Principalmente porque tenho uma família grande, tenho uma senhora (esposa) e um filho inteligente que já percebe. É um caso sobre o qual não me sinto confortável em falar, mas uma vez mais foi provado que eu era inocente. O que me deixa orgulhoso, mas foi muito duro", finalizou.