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A CBF já tem pronta a nota da renovação de Tite e espera anunciar a informação no início da próxima semana. O vínculo abrangeria o ciclo completo de uma Copa, portanto de quatro anos. A cúpula da entidade aguarda o treinador voltar de férias após o Mundial da Rússia para confirmar um novo acordo válido até o final da próxima edição, em 2022.
Nos corredores da CBF, os sinais de Tite parecem claros. Seu silêncio indicaria mais um "sim" do que um "não", até porque os clubes na Europa correm atrás de treinadores para a próxima temporada e se Tite tivesse esse interesse romperia logo o seu vínculo. O fato de seu maior parceiro, Edu Gaspar, voltar ao batente também é bastante significativo. Geralmente a dupla de comando sai junto. Foi assim com Gilmar Rinaldi e o técnico Dunga, por exemplo.
Apesar de a seleção ter terminado em sexto lugar na Rússia, tanto Tite quanto dirigentes da CBF estão propensos a estender o vínculo. A avaliação na entidade é de que o trabalho foi bem feito nos dois anos em que ele esteve à frente do time e, mesmo com o fracasso na Copa do Mundo, ele conseguiu manter o apoio da torcida - ainda que tenha perdido o status de quase unanimidade na arquibancada.
Tite sinalizou que pretende seguir no cargo. Ele assumiu em meados de 2016 e, em mais de uma vez, declarou que gostaria de ter tido a chance de ser técnico durante um ciclo inteiro de Copa do Mundo. Dentre os argumentos estava o fato de poder dar oportunidades a outros jogadores em amistosos ou testá-los em mais de uma função.
A renovação será tratada diretamente pelo diretor executivo de gestão da CBF, Rogério Caboclo, já eleito presidente para o quadriênio que se iniciará em abril de 2019. Antes da Copa do Mundo, o dirigente manteve conversas informais com Tite sobre uma renovação, mas o técnico sempre ressaltou que deixaria para tratar do assunto depois da participação na Rússia. O empresário do treinador, Gilmar Veloz, deverá participar das negociações. Não deverá ter aumento.
Além da propensão dos dois lados pela continuidade da parceria, outro fato que pesa é que a CBF não trabalha com nenhuma outra alternativa. Não há no momento nenhum técnico no País que faça sombra ao treinador. Tite é o plano A e o plano B para os dirigentes da entidade.
De qualquer forma, por ora ele continua no cargo. Isso porque seu contrato, o do coordenador de seleções, Edu Gaspar, e de seus principais auxiliares, é regido pelas normas da CLT. Assim, o acordo não tem data de validade. Se a CBF optar por demiti-lo, não há multa. Ela teria de arcar com os custos da saída de um "empregado comum" como aviso prévio, férias, 13.º, FGTS e outros encargos trabalhistas.
Expediente
Enquanto o técnico não volta, Edu Gaspar já retomou a sua rotina na CBF na última segunda-feira. Nesta quarta, ele tinha reunião com Rogério Caboclo. Edu é considerado o fiel escudeiro de Tite e o cargo que ocupa o faz chefe imediato do técnico - a renovação até a Copa do Mundo do Catar não seria pauta desse encontro.
Indiretamente, contudo, a reunião teve relação com o comando da seleção. Edu Gaspar já está trabalhando na organização dos dois amistosos que serão realizados pela equipe em setembro, nos Estados Unidos. A convocação será no próximo mês.
O coordenador trabalha ainda no relatório final sobre a participação do Brasil na Copa do Mundo. Ele está fechando as contas da logística e planejando os próximos passos. "O trabalho continua. Não dá para simplesmente parar e esperar por uma definição", disse uma fonte da CBF. Edu Gaspar acompanha os assuntos relativos às seleções de base. Em suma, continua a sua rotina.