O ano de 2019 foi vitorioso para o central João Mazullo como jogador do CLN, clube que defende no Piauí: ele conquistou o oitavo título de campeão estadual de vôlei. Mas a pandemia da covid 19 fez com que ele resolvesse dar uma pausa na carreira esportiva para trabalhar “por um bem maior”. “Me voltei totalmente para combater o vírus e ajudar as pessoas. Até o final de abril, eu ainda estava fazendo um trabalho físico. Mas depois parei totalmente”, disse João Mazullo, que também é doutor e pesquisador em fisioterapia e em terapia intensiva no Centro Universitário Santo Agostinho.

Em entrevista à Agência Brasil, Mazullo diz que a rotina dele mudou, “mais precisamente desde o dia 13 de abril”. Ele continua. “Larguei a vida de atleta de vôlei e de professor aqui em Teresina e comecei a encarar as escalas de atendimento dos pacientes na ‘linha de frente’. Precisamos de muita gente nessa área, pois vários profissionais de saúde testaram positivo e foram afastados”, lamenta.

No momento são 84 horas semanais de escalas de plantão em três hospitais, o “Universitário”, na “UTI Covid”, no setor de “estabilização” do Hospital da Polícia e no Hospital de Campanha Padre Pedro Balzi.

“Essa doença tem uma capacidade muito grande de se alastrar. E muitas vezes não temos respostas para algumas questões que ela nos traz. É preciso olhar para todos, temos de cuidar das pessoas. Se não tivermos leitos de UTI, todos vão morrer, sem distinção. É uma realidade que serve de aprendizado pra muita gente”, finaliza Mazullo.