ATLÉTICO


Em novembro de 2020, a diretoria do Atlético estipulou o desempenho esportivo mínimo esperado para o ano seguinte. Entre as projeções, estava o objetivo de chegar ao menos às quartas de final dos torneios mata-mata disputados em 2021. A meta foi superada e, agora, o clube quer mais.


Campeão mineiro, o Atlético vai enfrentar o Palmeiras na semifinal da Copa Libertadores, etapa que não alcançava desde 2013, ano em que foi campeão. O time está a um empate de chegar à mesma fase na Copa do Brasil. No jogo de ida das quartas, bateu o Fluminense por 2 a 1 no Rio de Janeiro. A volta será em Belo Horizonte, e quem avançar enfrentará São Paulo ou Fortaleza.


Além da óbvia importância de conquistar títulos, ir bem nas Copas é fundamental para o planejamento financeiro do clube. A diretoria alvinegra prepara a divulgação das contas do segundo trimestre para os próximos dias; a expectativa é que as do terceiro sejam publicadas na primeira metade de outubro. Apesar de ainda não terem se tornado públicos, os documentos devem indicar déficit - já que foi um momento do ano com maior investimento do que retorno financeiro.


É aí que entra a importância dos torneios mata-mata. As premiações pelo desempenho nesse tipo de competição chegarão aos cofres alvinegros nos próximos meses e podem dar um "respiro" às contas anuais, que, segundo projeção do clube, têm de fechar com superávit de R$ 5 milhões. Ao menos foi esse o valor estipulado no orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo ainda em 30 de novembro de 2020.


"Não dá para fazer planejamento do clube imaginando que a gente vai chegar a todas as finais, porque isso não vai acontecer. A gente planeja, no orçamento de 2021, chegar às quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil. Então, já tem um lucrinho, porque está na semifinal. Se passa da semifinal da Libertadores e vai para a da Copa do Brasil, tem mais um lucrinho em relação ao planejamento. A gente pode ter um ano melhor do que foi o previsto no começo do ano, dependendo do desempenho da Libertadores, da Copa do Brasil e de que atleta será vendido em dezembro", declarou o empresário Rafael Menin, um dos responsáveis por administrar o clube, em entrevista ao Fala Galo.


Premiação milionária


O documento avalizado pelos conselheiros prevê R$ 183,3 milhões em receitas com direitos de transmissão e imagem e premiação por competições disputadas. Só nos mata-matas, o Atlético já assegurou R$ 47,1 milhões (R$ 39,25 milhões na Libertadores, pela atual cotação do dólar, e R$ 7,85 milhões na Copa do Brasil). E os valores podem crescer - e muito - a depender do desempenho a partir daqui.


Se for à final do torneio continental, o Atlético garante ao menos mais R$ 31,2 milhões pelo vice-campeonato. Em caso de bicampeonato, recebe R$ 78 milhões. Na Copa do Brasil, as premiações também são atraentes. O clube ganha R$  7,3 milhões pela semifinal se eliminar mesmo o Fluminense nas quartas. O campeão fica com mais R$ 56 milhões, enquanto o segundo colocado leva R$ 23 milhões.


No melhor dos cenários (com as duas taças), o Atlético faturaria R$ 197,4 milhões só pelos torneios mata-mata - valor que supera a meta sem nem considerar direitos de transmissão e premiações pelo título mineiro e pelo desempenho no Campeonato Brasileiro, competição da qual o time é líder ao fim de 18 rodadas. Vencer a Libertadores também garantiria mais milhões, já que asseguraria a equipe no Mundial de Clubes e na Recopa Sul-Americana de 2022.


"A situação do final do ano certamente vai ser melhor do que a situação do fim de 2020. Agora, se formos muito bem nas competições, a situação pode ser consideravelmente melhor", afirmou Menin. Por enquanto, são apenas projeções otimistas para um time promissor. Conquistar ao menos parte dessas premiações, porém, é fundamental para que as metas financeiras estabelecidas em 2020 se concretizem em 2021.