“O visitante vai sair emocionado, com a pele arrepiada”. Eis o objetivo do Atlético com a construção do Museu do Galo na Arena MRV e do memorial da histórica sede alvinegra do Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Na noite desta terça-feira (25/2), na Arena, o clube promoveu o evento “Construindo Memórias”, jantar com o objetivo de captar recursos para as duas obras. Cerca de 200 convidados, representantes de quase 60 empresas, estiveram presentes para acompanhar apresentação detalhada dos dois projetos e ver parte do acervo que estará nos espaços.

O Atlético explicou que o museu e o memorial formarão o “ecossistema de cultura do clube” e estipulou prazo de um ano e sete/oito meses para a finalização das obras. Segundo o presidente do alvinegro, Sérgio Coelho, cerca de 25% dos valores totais para a execução dos projetos, que chega próximo a R$ 20 milhões, já foi arrecadado.

Para o museu, o clube já tem R$ 3 milhões dos R$ 14,9 milhões totais – valor que ainda “pode aumentar um pouco”, segundo o mandatário. Já para o memorial, foram arrecadados R$ 500 mil dos R$ 4,7 milhões totais. Segundo o clube, há várias modalidades para que as empresas financiem as obras e apoiem o projeto.

“Temos certeza que os recursos virão. Nós já conseguimos arrecadar quase 25% no ano passado, mas os projetos foram aprovados muito no final do ano e agora estamos organizando este evento aqui para apresentar e temos até o fim do ano para arrecadar os valores. Sou otimista, há muito tempo trabalho com a Lei do Incentivo para as ações de filantropia das nossas instituições, então acredito que vamos arrecadar todos os valores que precisamos, porque os projetos merecem, são importantes, as empresas vão ter muito prazer em ser parceiras do Galo”

Sérgio Coelho, presidente do Atlético

Entenda cada um dos projetos
Museu
O museu do Galo já estava previsto no projeto de construção da Arena MRV, que reservou área total de 2.740 metros quadrados para a obra – desses, 1.600 será de área expositiva, 610 englobarão o núcleo museológico e resera técnica e 530 serão destinados para a calçada da fama, que ficará localizada aberta 24h por dia e terá estátuas de diversos personagens marcantes na história do Atlético.

O percurso do museu se encerrará em frente a um café Inter – o banco tem Rubens Menin como um dos acionistas e é um dos principais patrocinadores da Arena MRV. Também haverá uma loja do Galo próxima ao percurso, para que os visitantes tenham a possibilidade de comprar produtos licenciados pelo clube.

O projeto prevê espaço expositivo tecnológico, com vitrine interativa e diversas experiências “imersivas, lúdicas e emocionantes”, com interações com o público em dias de jogos, e será comandado pela empresa Mude.

Durante a apresentação, foram citados como referência para o projeto os museus do Flamengo, do Botafogo, do Boca Juniors, do Cristo Redentos, do Estádio de Wembley, em Londres, na Inglaterra; da Conmebol, localizado em Luque, no Paraguai; além de diversos outros museus de clubes da Europa que foram visitados.

“Visitamos muito alguns outros estádios do mundo, e a história faz parte. O Galo tem história, e esse museu é a obra que está faltando para consolidar a história. O torcedor gosta, isso traz um sentido de pertencimento à torcida, é um gol de placa”.

Rubens Menin

Memorial
O Centro Atleticano de Memória será responsável pela implantação do projeto “Memorial da Sede do Galo”, um dos pilares para a preservação da história da centenária instituição alvinegra. As transformações se devem especialmente ao fato de que toda a operação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético foi transferido para a Arena MRV – o que tornaria o espaço da sede ocioso.

O local será um espaço de “sítio” com o objetivo de preservas as origens dos clubes, com constante renovação e preservação e diversas homenagens: aos grandes funcionários da sede de Lourdes, ao Estádio Antônio Carlos, que era localizado no quarteirão ao lado, onde hoje fica o shopping Diamond; às outras sedes do clube e às festas tradicionalmente realizadas no entorno.

Haverá também homenagem à fé atleticana com a presença de imagem da padroeira do clube, Nossa Senhora das Graças, que foi carregada nos ombros de torcedores do bairro Concórdia, na Região Nordeste de BH, até a sede, após o título mineiro de 1970. Uma imagem da santa costumava ficar no prédio de Lourdes no início do século – o ex-presidente Nélio Brant, inclusive, chegou a ordenar que o manto azul dela fosse pintado de preto.

As visitas guiadas ao memorial incluirão até a sala da presidência da associação e serão conduzidas por quatro ex-jogadores do Atlético, que serão remunerados por isso.

No andar térreo do imóvel, será construído restaurante que homenageará o Puleiro do Galo, tradicional bar de atleticanos que foi desativado nos anos 1990. O auditório da sede será mantido para a realização de eventos culturais e ações sociais.

Os 16 eixos expositivos do memorial
- Grandes porteiros
- Grandes funcionários
- Estádio Antônio Carlos
- Diversas categorias esportivas
- As sedes do Atlético
- Inauguração da sede de Lourdes
- O torcedor e a sede de Lourdes
- Memorial 24h
- Grandes presidentes executivos
- Grandes presidentes do Conselho Deliberativo
- Fé atlaticana
- Departamento técnico
- Sala da Presidência
- Projeto ‘Imortais’
- Contratação de ex-atletas como atração