Está praticamente tudo pronto para a Companhia de Gás de Minas (Gasmig) se tornar uma empresa de capital aberto, com suas ações sendo negociadas na Bolsa de Valores. No entanto, a pandemia de Covid-19 postergou a incorporação da empresa ao universo financeiro. Conforme adiantou o presidente da companhia, Pedro Magalhães, “só estamos aguardando o mercado retornar”.

A crise do coronavírus abalou as bolsas de vários países e ainda não existe uma previsão para a normalidade retornar, embora já haja sinais de melhora. A intenção da empresa é ser inserida no mundo dos negócios financeiros e posteriormente ser vendida.

“A documentação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já está toda pronta. Esperamos que, assim que o mercado financeiro  normalizar, já poderemos inseri-la na Bolsa de Valores. A nossa intenção era fazer a privatização o mais rápido possível”, disse o presidente da empresa, no cargo desde o ano passado. A CVM é o órgão federal responsável por organizar a inserção de empresas na Bolsa de Valores.

Hoje a Gasmig é uma sociedade de economia mista; possui dois donos, chamados de controladores. O maior, com 99% das ações, é a Cemig. O restante está nas mãos da prefeitura de Belo Horizonte. A parte da empresa a ser lançada na Bolsa é a da estatal de energia.

A privatização da Gasmig integra um movimento de desinvestimento por parte da Cemig, impulsionado no governo Zema. Hoje o patrimônio da empresa beira R$ 1 bilhão. De acordo com informações da empresa, o lucro líquido dela em 2019 foi de R$ 164,5 milhões. De 2016 até o ano passado, essa lucratividade cresceu 68,4%.

Informações da Bolsa de Valores mostram que atualmente estão em negociação no mercado de finanças apenas duas empresas de gás, a Companhia de Gás de São Paulo e a Companhia de Distribuição de Gás do Rio de Janeiro.

O serviço prestado pela Gasmig é a distribuição de gás às indústrias, aos comércios e residências. Em 2019, foram feitos investimentos de R$ 938,8 milhões, com o principal objetivo de ampliar a malha distributiva de gás. O gás natural é muito mais econômico, em especial no caso das residências. O GPL, o popular botijão de cozinha, pode custar até R$ 90. O gás natural, por sua vez, pode custar até três vezes menos.

A Gasmig não foi completamente impactada com a crise do coronavírus por prestar um serviço essencial. Para ajudar os clientes da empresa neste momento, Pedro Magalhães editou uma norma, com anuência do governador, com o objetivo de reduzir em 7% a tarifa de gás aos grandes consumidores.