Reuters - O mercado de câmbio vivenciou uma sexta-feira de grande estresse, com o dólar disparando para novo recorde histórico perto de 5,75 reais e acumulando a maior alta semanal em mais de 11 anos, numa semana marcada pela reação do mercado à sinalização para a política monetária e ao recrudescimento da instabilidade política doméstica.

Os vários leilões de câmbio feitos pelo Banco Central neste pregão ajudaram a amenizar a demanda pela moeda, mas ainda assim o dólar fechou em forte alta.

O dólar à vista subiu 2,54% nesta sexta-feira, a 5,6681 reais na venda, máxima recorde para um encerramento de sessão. É a maior alta desde 18 de março (+3,94%).

No pico do dia, a divisa foi a 5,7491 reais, valorização de 4,00%.

Na semana, a cotação saltou 8,25%, maior ganho desde a semana finda em 21 de novembro de 2008 (+8,38%), no auge da crise financeira global.

Em abril, o dólar ganha 9,12% e salta 41,25% em 2020.

O real liderou as perdas globais pelo segundo pregão seguido e se mantém como a divisa de pior desempenho no ano.

Na B3, o dólar futuro subia 2,00%, a 5,6490 reais, às 17h08 desta sexta.

Com isso, o real teve a maior desvalorização semanal desde 2008, quando o dólar subiu 13% na primeira semana de outubro, durante a crise financeira deste ano.