RELÓGIO
 
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) reforçou o pedido de retorno do horário de verão. A entidade faz parte do grupo de associações dos setores de alimentação, turismo e comércio que enviou um novo pedido ao presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira (1º).

As entidades argumentam que qualquer economia de energia seria relevante diante da gravidade da crise hídrica que o país enfrenta. Também alegam que a adoção do mecanismo pode beneficiar os setores que representam.


Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, a volta do horário de verão é benéfica para o Brasil em dois pontos principais:


“Estamos enfrentando dois momentos extremamente difíceis, que é a retomada das atividades de milhões de pequenas empresas que sofreram muito com a pandemia e essa crise hídrica histórica, que desencadeia uma crise de abastecimento energético”, afirmou Solmucci, que defende que a retomada do horário de verão trará um ganho nesses dois cenários.


“De um lado, possibilitando faturamento adicional para bares, restaurantes e cadeia do turismo, e, por outro lado, contribuindo para economia de energia, incentivando, inclusive, que a sociedade faça sua parte. Cada real a mais que entra no caixa desses negócios ou cada quilowatt poupado representam um ganho no enfrentamento destes grandes desafios.”


Reforço do pedido


Um pedido semelhante foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro no final do mês de junho, mas não houve retorno.


O movimento atraiu até mesmo o apoio do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan. Apoiador do presidente, ele se manifestou favoravelmente ao retorno do horário de verão pelas redes sociais.


De acordo com o documento, a adoção do horário diferenciado pode contribuir para setores ligados ao comércio, serviços e turismo, especialmente bares e restaurantes, "que conseguem aproveitar a hora extra de luz do sol para incrementar o faturamento, com aumento da procura por happy hours".


Horário de verão


O horário de verão foi extinto por Bolsonaro em 2019. À época, estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) apontou que não havia mais economia de energia tão relevante. 


Isso porque como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo aumentam nesse horário durante o verão, pois as pessoas usam mais o ar-condicionado.


Com a crise hídrica, especialistas em setor elétrico voltaram a defender a medida, sob argumento de que mesmo uma pequena economia de energia pode contribuir.