O ministro da Educação, Abraham Weintraub, deu provas de que anda antenado, literalmente, no que falam sobre ele. Há dias, grupo de deputados federais foi ao gabinete tratar da PEC 15/2015, sobre o novo Fundo de Educação Básica, o bilionário Fundeb, repassado a prefeituras. Há divergências entre o chefe da pasta e o presidente da comissão especial, deputado Bacelar (Podemos-BA). Nada andou. Mas, na saída, numa cena constrangedora, o ministro mostrou o motivo da má vontade na reunião. Chamou o deputado a sós ao gabinete e mostrou-lhe um áudio de entrevista a rádio, na qual o parlamentar o desanca. Weintraub, segundo fontes, pediu retratação de público, e Bacelar se negou. A situação azedou de vez. O ministro não respondeu à Coluna.
Na escuta
“Houve, de fato, esse pedido de retratação por parte de Weintraub, mas, por entender que não há motivos para tal, Bacelar não o fez”, informa a assessoria do deputado.
Sem consenso
A pauta é o principal motivo de “divergência”, hoje, entre o MEC e a Câmara dos Deputados. A deputada Dorinha Seabra (DEM-TO) também estava na reunião.
Homônimos
Importante ressaltar que há dois primos homônimos baianos deputados federais. Bacelar, o mais velho, foi o alvo do ministro. Não o boa praça João Carlos Bacelar (PL)
Chapa quente
Além de anunciar a cobrança de tarifas sobre a importação de aço e alumínio do Brasil, o governo americano não cumpriu a promessa, feita durante o encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, em março, de derrubar o embargo à carne bovina brasileira. Técnicos americanos até vieram ao Brasil, mas mantiveram, em novembro, o veto que teve início em 2017, após a operação Carne Fraca da PF.
Cadê a fatura?
Uma nova missão virá ao Brasil nos próximos meses para inspecionar frigoríficos. “Pobre da História”, como disse Bolsonaro, o Brasil fez, depois do encontro na Casa Branca, uma série de concessões ao mandatário americano. Em agosto, aumentou em 150 milhões de litros o limite para importação de etanol dos EUA com isenção de tarifa.
De cima
O presidente do PDT, Carlos Lupi, e o presidenciável Ciro Gomes vão passar o trator na poderosa família Queiroz, de Pernambuco, que há anos tem a palavra final nas candidaturas regionais. No Recife, lançarão o deputado federal Túlio Gadelha a prefeito da capital. Gadelha também será nomeado presidente do diretório municipal.
Quem é
Ao quem não reconhece, o neófito parlamentar é o famoso namorado da apresentadora de TV Fátima Bernardes. Que tenta, aos poucos, ter brilho próprio. Com ajuda do chefe.
Do Fundo...
Congressistas correm para garantir um fundo eleitoral gordo para as eleições de 2020, mas deixam em segundo plano a recomposição de recursos para ações voltadas à população mais vulnerável. O Orçamento em discussão prevê redução de investimentos para programas como o ‘Minha Casa, Minha Vida’ e o ‘Bolsa Família’.
...do nosso bolso
O programa habitacional poderá ter cerca de R$ 2 bilhões a menos que neste ano: queda prevista de R$ 4,6 bilhões para R$ 2,7 bilhões. Já o fundo eleitoral, que abastece campanhas com dinheiro público e aprovado na Comissão Mista de Orçamento, pode chegar a R$ 3,8 bilhões em 2020.
Brasil-Ásia
A Ásia continuará como principal parceiro do agro brasileiro, com aumento de exportações e inclusão de produtos na pauta. A Confederação da Agricultura e Pecuária projeta investimentos nos escritórios na China (Xangai) e um novo em Singapura.
Limpeza geral
O ex-ministro da CGU Luís Navarro defendeu a plateia de empresários e líderes de entidades do setor de Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos, em São Paulo, que o Brasil precisa modernizar ferramentas de combate à corrupção, se quiser estimular as empresas a fazerem acordos de leniência.
Tem feijoada?
Piada pronta no país tropical. O preço do feijão passou ontem o do quilo da carne. Vai ter feijoada, mesmo assim, hoje, Brasil adentro – mesmo com mais água na panela.