por Sérgio Marchetti* - Convidado

— Senhores passageiros e tripulantes da aeronave Brasil 2025, modelo A-PT 013, quem lhes fala é a comissária chefe de cabine. Favor afivelarem os seus cintos e permanecerem quietos em seus lugares. Sinto muito, mas embora meu desejo seja de que tenhamos uma boa viagem, o tempo está carregado de nuvens que indicam tempestades, raios e turbulências. O cenário não nos é favorável. Todos os instrumentos constantes do six-pack nos indicam que estamos desgovernados…

Senhores passageiros, digo, leitores, eu quero acreditar que poderemos ter um ano melhor, mesmo que os indicadores econômicos “reais” informem que a situação não está favorável. E, para isso, temos que planejar ações e reações que nos possibilitem obter sucesso em nossos objetivos. Será importante saber usar de estratégias adequadas ao momento, pois sentimentos fortes como paixão, ideologia, religião entre outras crenças podem confundir a interpretação da realidade. Como exemplo, posso citar uma equipe de futebol que, mesmo tendo um plantel fraco tecnicamente, acredita que pode ser campeã. Não estou falando do América de Minas, mas se você, leitor desportista, pensou nele, diria que acertou em sua divagação.

Voltando ao planejamento, é fundamental que conheçamos o cenário para trabalharmos com os recursos, pessoas, ferramentas e condutas corretas.

Assim, conforme prega Sun Tzu no livro “A arte da Guerra”, temos que saber quando retroceder, em que momento parar e, especialmente, quando investir sobre os inimigos e vencê-los. Não estamos em guerra, mas viver é um jogo que requer muita habilidade, perspicácia e visão apurada de cada movimento do tabuleiro.

Há exagero no meu conselho? Digo que não. Em outra oportunidade, creio que já tenha falado sobre as estratégias para sobreviver no mundo focalizando-o de forma geral. Também já utilizei da medicina para demonstrar minha tese. Um médico quando recebe sua visita, sabe que aquela pessoa está sentindo algo fora de sua normalidade física e, por vezes, mental (estes últimos não têm muita consciência de sua enfermidade). Bem, a primeira atitude para se buscar melhoria é o reconhecimento de que está doente ou de que os resultados não são aqueles que gostaria. Devo lembrar que na comparação, um país também adoece.

Nem todas as previsões de início de ano devem servir como um lugar seguro que o destino irá nos guiar. “A cigana leu o meu destino. / Eu sonhei! / Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante…” bela música, belo ritmo, mas os instrumentos podem fazer você “dançar”. É melhor e mais resguardado analisar as tendências e fazer uma retrospectiva para comparar como tem sido a evolução de tudo que nos importa e é essencial para uma vida tranquila e saudável.

Eu gosto de poesia, de paixão, de música e de outras expressões da arte que no passado foram utilizadas como forma de protesto. Mas a engenharia da vida exige aterramento, pés firmes no chão e planejamento para plantarmos algo mais duradouro que possa se estender não só por este ano, mas por muitos anos.

 

*Sérgio Marchetti é consultor organizacional, palestrante e Educador. International Certification ISOR em Holomentoring, Coaching & Advice (coaching pessoal, carreira, oratória e mentoria). Atuou como Professor de pós-graduação e MBA em instituições como Fundação Getúlio Vargas, Fundação Dom Cabral, Rehagro e Fatec Comércio, entre outras. É pós-graduado em Administração de Recursos Humanos e em Educação Tecnológica. Trinta anos de experiência em trabalhos realizados no Brasil e no exterior.