Admitir que um problema existe pode ser meio caminho andado para a sua solução. O maior desafio é esse mesmo. É mais fácil ignorar, negar ou justificar (arrumando culpados ou mentindo) a existência de um problema do que buscar soluções gerenciadas, sem contaminações de qualquer natureza, que possam resolver o que precisa ser resolvido.
Se observarmos a atual crise hídrica poderemos verificar que só agora ela está sendo assumida pelas autoridades governamentais. Já estamos no início de setembro enquanto todos os fatos e dados existentes anteriormente foram enfiados nos balões de ensaio suavizando os sinais da crise hídrica para tentar medir sua repercussão na sociedade.
Diante de tudo, o que sobrou para nós outros foi pagar a conta com mais uma bandeira tarifária muito além da vermelha nível 2, a mais alta, agora denominada “Escassez Hídrica”, custando R$14,20 a cada 100 kwh(Quilowatt-hora) consumidos mensalmente. De qualquer maneira é só mais inflação e menos poder aquisitivo que nos obriga a fazer escolhas de gastos para que não sobre tanto mês no fim do salário.
Por isso mesmo é que estou fazendo a pergunta sobre como economizar energia elétrica. Ela não é feita por boniteza, mas por necessidade. Também nos ajuda a lembrar dos ensinamentos da gestão, nem sempre praticados, mostrando que gerenciar é resolver problemas, é atingir metas. Isso nos obrigará a relembrar os parâmetros usados para estabelecer metas, que aliás, devem ser desafiadoras, mas jamais malucas ou frouxas.
Outra lembrança é a do plano de ação contendo as medidas necessárias para atingir a meta. É preciso ficar claro o que vai ser feito, quem é o responsável, até quando precisa ser feito e como será o passo-a-passo na execução de cada medida (3W1H – o quê, quem, quando e como?). Enfim não existe meta sem plano de ação e muito menos plano de ação sem meta, como erroneamente se vê em diferentes ambientes.
Nesse sentido será que é desafiadora a meta de reduzir em 20% o consumo de energia elétrica em nossas residências até dezembro de 2021, como propõe o governo? Como se deu isso no apagão de energia elétrica em 2001? O que a história nos conta diante das necessidades daquela época? Será necessário, no caso da família, conhecer os principais itens consumidores de energia elétrica, frequência de uso e tempo de utilização, por exemplo. Serão lembrados os banhos demorados com chuveiro na posição inverno, o forno elétrico usado várias vezes ao dia, o ferro de passar roupas acionado sempre que necessário (é preciso passar todas as roupas?), lâmpadas acesas em cômodos vazios, equipamentos ligados sem ser usados, uso prolongado de ar-condicionado, ventiladores, secadores de roupas e de cabelo, geladeira no abre e fecha e às vezes precisando de manutenção na vedação da porta… Interessante observar também a perda de energia devido à insuficiência da carga contratada em relação à quantidade demandada por tantos aparelhos ligados – principalmente em edifícios – bem como periodicamente revisar a fiação da rede elétrica. Seria possível usar a energia fotovoltaica (solar)?
Agora cabe ao gestor da meta colocar o gerenciamento em movimento ajudado pelos responsáveis de cada medida do plano de ação bem como avaliar periodicamente se tudo está acontecendo conforme o planejado ou se novas medidas deverão ser tomadas para que o processo continue caminhando na linha da meta. Mas a gestão transparente e participativa é o que todos precisam, a começar por nós em nossas famílias e chegando aos mais diversos níveis das organizações humanas da República.