A demissão do delegado Fernando Segovia da direção-geral da Polícia Federal foi um acordo de Raul Jungmann, novo ministro da Segurança – com a PF sob seu comando – e o titular da Justiça, Torquato Jardim, que apadrinha o substituto Rogério Galloro desde ano passado. Segovia falou demais para um titular de cargo estratégico – e com conotações de defesa de Temer, investigado pela própria PF. No jogo de poder, perdem Temer e o ex-presidente José Sarney – o primeiro a apadrinhar sigilosamente Segovia, que o visitou. Ganham a Associação Nacional dos Delegados de PF, que apoiava Galloro, e o ministro Torquato, que se fortalece.

Mão no coldre
Galloro vai trocar todas as diretorias da Polícia Federal, mas não vai mexer nas Superintendências regionais já consolidadas, garante uma fonte consultada.

Morreu na praia
O que pesou também contra Segovia foi a tentativa de emplacar apadrinhados seus em superintendências e delegacias regionais, como na de Santos, onde Temer é investigado.

Parceria
Quem perde também com a saída de Segovia é a Fenapef, Federação dos Policiais Federais. Eles apoiavam o delegado desde antes da indicação.

Segue a novela
Antes de ser surpreendido com a demissão, Segovia tentou ganhar tempo no caso de Temer. A PF pediu à Justiça mais 60 dias para concluir inquérito no caso do presidente.

Vista Grossa
O Governo fez “vista grossa” para a avaliação do Tribunal de Contas da União que apontou precariedade “nas estratégias, arranjos institucionais, tecnologias e conhecimento, gestão e controles” da segurança pública em todo o país.

Tribunal avisou
O parecer foi concluído em maio de 2017 e enviado aos ministérios do Planejamento e Casa Civil. O relator da avaliação no TCU, ministro José Múcio, ressaltou a falta de uniformidade e padronização do Plano Nacional de Segurança Pública “sem definição de responsáveis e sem vinculação com os demais atores estaduais”.

Samba..
O Carnaval da pequena Araguari em 2014, em Minas, entrou na mira do Ministério Público do Estado. Uma fundação municipal arcou com despesas de R$ 750 mil de estruturas e shows, e ainda permitiu à empresa privada lucrar com venda de espaços.

..atravessado
A parceria faturou com venda de alimentos e cotas de patrocínios em cima de shows de Luan Santana e Henrique & Juliano, mas com cachês pagos pela prefeitura.

Indústria do mandato
Ex-vereadora, Elaine Matozinhos (PTB), suplente do senador Zezé Perrella (PMB-MG), deve assumir o cargo com eventual afastamento do titular no meio do ano. Perrella é o suplente do finado Itamar Franco. Com três meses de cargo, qualquer senador, mesmo suplente, torna-se beneficiário vitalício no plano de Saúde da Casa.

Choque
Cada vez mais alinhado ao Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, protela a leitura do requerimento de CPI para investigar a situação da Eletrobras e o processo de privatização da estatal.

Entregabras
O senador Hélio José (PROS-DF) conseguiu o apoio de 38 colegas que assinaram o requerimento em apoio à CPI. “É uma proposta (de privatização) equivocada; teremos o aumento da conta de luz e mais sacrifício para os trabalhadores brasileiros”, afirma.

A vez delas
Palestrante do almoço do LIDE-Brasília, promovido pelo empresário Paulo Octávio, Sônia Hess, vice-presidente do grupo Mulheres do Brasil, frisou que a “ousadia” é a principal virtude dos empreendedores. Hess comandou durante 12 anos a maior camisaria da América Latina, a Dudalina.

Neobrasiliense

O ex-deputado federal Ricardo Berzoini acaba de transferir o título eleitoral de São Paulo para Brasília, e será o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal. Ex-bancário e sindicalista, o petista quer investir na interlocução com servidores, classe forte no DF.