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"O conjunto de prédios antigos do Baixo Centro, em estilo art déco, é um verdadeiro patrimônio da cidade e se mantém de pé graças à atividade sexual intensa da região. Os restaurantes, os bares, as farmácias, as ONG’s, as igrejas, o Cine Caribe, tudo gira em torno da economia local, com mais de três mil trabalhadoras do sexo atuando cotidianamente", registra Borges. "Rua Guaicurus", segundo ele, supera uma visão estereotipada e preconceituosa da prostituição, fugindo da objetificação daquelas mulheres. "Entramos em seus cotidianos, revelando camadas afetivas que estão para além das relações prostitutivas", analisa o cineasta, que teve como desafio, durante a pesquisa, encontrar pessoas que estivessem dispostas a participar do longa.
"No início, achei que seria impossível ter personagens reais, já as mulheres e os clientes não davam abertura nem para conversar. Então comecei a passar horas andando pelos corredores dos hotéis, almoçando no restaurante da Dona Nice, que funciona no último andar do Hotel Stylus, e tomando cerveja no Zero Hora, bar badalado da região", explica.
Borges também pagava por programas sexuais que duravam de 15 a 20 minutos. "Eu aproveitava para entrevistar as garotas, aproximar-me e conquistar a confiança delas. Com o tempo, já estávamos conversando sobre roteiro e ensaiando cenas dentro dos quartos. Foi assim que conheci A Beth e a Shirley (personagens centrais do documentário)", detalha.
O resultado é um documentário híbrido, que mistura personagens reais e atores com o objetivo de superar obstáculos estéticos e orçamentários. "Isso me ajudou a ter maior controle sobre o plano de filmagens. Fizemos com um orçamento baixo e tivemos que ser objetivos para conseguir fazer tudo em 12 dias, durante o ano de 2017", explica Borges.
Os atores interpretam seus personagens inspirados em histórias que foram contadas durante o processo de pesquisa. "Acho que essa relação contribuiu para a dramatização do filme: o ator profissional trazia segurança ao não-profissional, desenvolvendo os temas por meio do diálogo proposto no roteiro", observa o diretor de "Rua Guaicurus".
O que não quer dizer que essa combinação foi completamente bem-sucedida. Causa incômodo a cena em que um ator profissional de filmes adultos começa a masturbar Beth e acaba machucando-a. "É uma das mais drásticas do filme. Ela se inicia com ar meio cômico, trazendo certo alívio, mas vai ficando cada vez mais constrangedora, mexendo com várias emoções".
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Borges também pagava por programas sexuais que duravam de 15 a 20 minutos. "Eu aproveitava para entrevistar as garotas, aproximar-me e conquistar a confiança delas. Com o tempo, já estávamos conversando sobre roteiro e ensaiando cenas dentro dos quartos. Foi assim que conheci A Beth e a Shirley (personagens centrais do documentário)", detalha.
O resultado é um documentário híbrido, que mistura personagens reais e atores com o objetivo de superar obstáculos estéticos e orçamentários. "Isso me ajudou a ter maior controle sobre o plano de filmagens. Fizemos com um orçamento baixo e tivemos que ser objetivos para conseguir fazer tudo em 12 dias, durante o ano de 2017", explica Borges.
Os atores interpretam seus personagens inspirados em histórias que foram contadas durante o processo de pesquisa. "Acho que essa relação contribuiu para a dramatização do filme: o ator profissional trazia segurança ao não-profissional, desenvolvendo os temas por meio do diálogo proposto no roteiro", observa o diretor de "Rua Guaicurus".
O que não quer dizer que essa combinação foi completamente bem-sucedida. Causa incômodo a cena em que um ator profissional de filmes adultos começa a masturbar Beth e acaba machucando-a. "É uma das mais drásticas do filme. Ela se inicia com ar meio cômico, trazendo certo alívio, mas vai ficando cada vez mais constrangedora, mexendo com várias emoções".