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De passagem pelo Brasil, depois de longa temporada nos Estados Unidos, o ator Wagner Moura chega com a missão que soa a desafio até mesmo o personagem que o consagrou na ficção, o Capitão Nascimento (de Tropa de Elite): passar a limpo, por meio da cinebiografia Marighella, instantes decisivos para um Brasil da ditadura, mas que não deixam de ressonar na contemporaneidade.
O retrato do guerrilheiro comunista, abatido por agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) da ditadura em 1969, e admirado até mesmo pelo filósofo Jean-Paul Sartre, abre alas para a verve política de Wagner Moura, que, à la Capitão Nascimento, um ex-capitão que também chorou no banheiro, arrisca: "Peço para ele (Bolsonaro) sair.
Gostaria muito que ele saísse. Não sei se eu tenho conselho para dar a Bolsonaro, mas acho que, para o bem do Brasil, ele precisa sair. Acho que ele sairá. Ele não passará de 2022. Se ele não vier com uma aventura golpista de querer tomar as coisas na marra, que é natural deste tipo de governo admirado por ele... Nas urnas, não tenho a menor dúvida de que ele vai perder. O Brasil entendeu, e viu".
Preso em casa, nos Estados Unidos, por conta da pandemia, Wagner conta, em entrevista exclusiva ao Correio, da eterna ligação com o Brasil e as mazelas. "Eu estou conectado com o Brasil, com tudo que está acontecendo. Tô sempre conectado. O Brasil tem 19 milhões de pessoas passando fome, outra vez; tem 605 mil mortos pela pandemia. Um país que atravessa uma crise jamais vista. Talvez, desde a época da ditadura militar a gente não encontra um governo desses. Um desgoverno, aliás. Não é um governo de construção, é de destruição, apenas. Não construiu nada, apenas destruiu. Destruiu o que tinha de bom, os pequenos progressos que havia no país. É grave, é muito grave mesmo isso", observou.
Integrante da Ação Libertadora Nacional, Carlos Marighella, no cinema, conta com interpretação de Seu Jorge. O filme, que chega as telas em 4 de novembro (data do assassinato de Marighella), teve muitas discussões acerca de um aparato de censura dentro da Agência Nacional do Cinema (Ancine) para o lançamento, e estará nos cinemas, dois anos depois de exibido em caráter especial no Festival de Berlim, mesmo local em que, em 2008, Tropa de Elite fez história para o Brasil.
Citado como terrorista, por muitos brasileiros, Marighella traz reflexões fortes para o diretor baiano que, no audiovisual já viveu tipos antagônicos como o traficante Pablo Escobar e o diplomata Sérgio Vieira de Mello. "Terrorismo, entre outras coisas, é o racismo estrutural que dita o que este país é até agora. Não gosto de explicar cenas do filme, mas quem for assistir a ele, terá a sabedoria de entender que ninguém está fazendo uma ode ao terrorismo", conclui.
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O retrato do guerrilheiro comunista, abatido por agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) da ditadura em 1969, e admirado até mesmo pelo filósofo Jean-Paul Sartre, abre alas para a verve política de Wagner Moura, que, à la Capitão Nascimento, um ex-capitão que também chorou no banheiro, arrisca: "Peço para ele (Bolsonaro) sair.
Gostaria muito que ele saísse. Não sei se eu tenho conselho para dar a Bolsonaro, mas acho que, para o bem do Brasil, ele precisa sair. Acho que ele sairá. Ele não passará de 2022. Se ele não vier com uma aventura golpista de querer tomar as coisas na marra, que é natural deste tipo de governo admirado por ele... Nas urnas, não tenho a menor dúvida de que ele vai perder. O Brasil entendeu, e viu".
Preso em casa, nos Estados Unidos, por conta da pandemia, Wagner conta, em entrevista exclusiva ao Correio, da eterna ligação com o Brasil e as mazelas. "Eu estou conectado com o Brasil, com tudo que está acontecendo. Tô sempre conectado. O Brasil tem 19 milhões de pessoas passando fome, outra vez; tem 605 mil mortos pela pandemia. Um país que atravessa uma crise jamais vista. Talvez, desde a época da ditadura militar a gente não encontra um governo desses. Um desgoverno, aliás. Não é um governo de construção, é de destruição, apenas. Não construiu nada, apenas destruiu. Destruiu o que tinha de bom, os pequenos progressos que havia no país. É grave, é muito grave mesmo isso", observou.
Integrante da Ação Libertadora Nacional, Carlos Marighella, no cinema, conta com interpretação de Seu Jorge. O filme, que chega as telas em 4 de novembro (data do assassinato de Marighella), teve muitas discussões acerca de um aparato de censura dentro da Agência Nacional do Cinema (Ancine) para o lançamento, e estará nos cinemas, dois anos depois de exibido em caráter especial no Festival de Berlim, mesmo local em que, em 2008, Tropa de Elite fez história para o Brasil.
Citado como terrorista, por muitos brasileiros, Marighella traz reflexões fortes para o diretor baiano que, no audiovisual já viveu tipos antagônicos como o traficante Pablo Escobar e o diplomata Sérgio Vieira de Mello. "Terrorismo, entre outras coisas, é o racismo estrutural que dita o que este país é até agora. Não gosto de explicar cenas do filme, mas quem for assistir a ele, terá a sabedoria de entender que ninguém está fazendo uma ode ao terrorismo", conclui.