HUBBLE E KEPLER

Pesquisadores dizem que hipótese deve ser confirmada em breve

Rio de Janeiro. Usando os telescópios espaciais Hubble e Kepler, da Nasa, astrônomos encontraram evidências do que pode ser a primeira descoberta de um satélite orbitando um planeta fora do sistema solar. Esse “candidato a lua”, que está a 8.000 anos-luz da Terra, na constelação de Cygnus, orbita um planeta gigante de gás, que, por sua vez, orbita uma estrela chamada Kepler-1625b. Os pesquisadores alertam que a hipótese da lua é experimental e deve ser confirmada por observações futuras do Hubble. “Essa descoberta intrigante mostra como as missões da Nasa trabalham juntas para desvendar mistérios incríveis em nosso cosmos”, disse Thomas Zurbuchen, do Diretório de Missões Científicas da NASA. “Se confirmada, essa descoberta poderia sacudir completamente nossa compreensão sobre como as luas são formadas e do que elas podem ser feitas”, disse Zurbuchen.

No artigo publicado na revista “Science Advances”, os cientistas relatam que a lua candidata é incomumente grande, potencialmente comparável a Netuno. Essas grandes luas, contudo, não existem em nosso sistema solar.

Júpiter

Os pesquisadores da Nasa disseram também que a descoberta pode gerar novos e amplos conhecimentos sobre o desenvolvimento de vários sistemas planetários. Estima-se que a possível “exolua” tenha apenas 1,5% da massa do planeta que a acompanha, e estima-se que o planeta tenha várias vezes a massa de Júpiter. Essa relação de massa é semelhante àquela entre a Terra e a Lua.

No caso do sistema Terra-Lua e do sistema Plutão-Caronte, os astrônomos acreditam que as luas sejam criadas por sobras de poeira após colisões planetárias rochosas. No entanto, o Kepler-1625b e seu possível satélite são gasosos, e não rochosos, então a lua pode ter se formado por um processo diferente, a ser descoberto.