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No primeiro domingo de Carnaval após a divulgação da cartilha no "Diário Oficial do Município" (DOM) de Belo Horizonte, que recomenda, entre outras práticas, que os foliões homens não se vistam de mulher, poucos não seguiram as orientações e optaram pelo vestuário feminino.
O folião Leonardo Elias, por exemplo, foi um dos únicos a curtir o bloco Asa de Banana, na região da Savassi, nesta tarde, com vestido e peruca.
"Acho uma besteira isso. Minha fantasia é uma brincadeira, não é para ofender ninguém", disse.
Segundo a cartilha, homem se vestir de mulher, "além de ser machista e desrespeitoso com as mulheres", é uma fantasia "preconceituosa com as pessoas trans e apenas reforça os esteriótipos de gênero".
A cartilha também fala sobre fantasias que fazem alusão aos povos indígenas, ciganos e nega maluca.
Com um enorme cocar indígena na cabeça, a bombeira civil Tamara Charliane Alexandre de Souza, 28, também discorda que a fantasia seja ofensiva.
"Sou descendente de índios, para mim, vestir assim é uma homenagem à minha família", afirmou.
Com um enorme cocar indígena na cabeça, a bombeira civil Tamara Charliane Alexandre de Souza
disse que a fantasia é uma homenagem a sua família, de ascendência indígena. Foto: Fred Magno / O Tempo
Os dois foliões estavam no meio de uma multidão de pessoas que percorreram parte da avenida Getúlio Vargas, na Savassi, atrás do trio que relembra sucessos das bandas de axé Asa de Águia e Chiclete com Banana.
Opiniões
Já para a estudante de psicologia Tainá Ribeiro, 23, que foi ao bloco Me Beija que Sou Pagodeira, as recomendações são importantes.
"Finalmente criaram essa medida. Precisamos levar isso a sério, as pessoas precisam entender que não é 'mimimi'", disse.
Para os responsáveis pelos blocos, a cartilha chega num momento oportuno. Matheus Brant, um dos organizadores do Bloco Me Beija que Sou Pagodeira, comentou sobre o assunto. "Acho providencial que seja uma cartilha, e não uma lei, mas alerta as pessoas sobre esse tema tão importante, que precisa ser discutido", comentou.
O vocalista do bloco Asa de Banana, Pedro Andrade, também gostou da medida. "Eu acho que a cartilha chegou em um momento oportuno, em que essas pessoas precisam se atentar. Precisamos respeitar uns aos outros e as individualidades de cada um", ressaltou.
Os organizadores do bloco não informaram estimativa de público.
Autoria
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que a "Nota de Orientação para Práticas não Racistas no Carnaval" é de iniciativa e autoria do Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial - COMPIR - órgão autônomo e de caráter consultivo. Suas deliberações são publicadas no diário oficial do município, conforme previsto em legislação.
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disse que a fantasia é uma homenagem a sua família, de ascendência indígena. Foto: Fred Magno / O Tempo
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Para os responsáveis pelos blocos, a cartilha chega num momento oportuno. Matheus Brant, um dos organizadores do Bloco Me Beija que Sou Pagodeira, comentou sobre o assunto. "Acho providencial que seja uma cartilha, e não uma lei, mas alerta as pessoas sobre esse tema tão importante, que precisa ser discutido", comentou.
O vocalista do bloco Asa de Banana, Pedro Andrade, também gostou da medida. "Eu acho que a cartilha chegou em um momento oportuno, em que essas pessoas precisam se atentar. Precisamos respeitar uns aos outros e as individualidades de cada um", ressaltou.
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Autoria
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