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Existem mal entendidos que podem ganhar vulto a ponto de se transformarem problemas reais – e dos grandes.
Que o diga uma estudante de Direito de 25 anos de Cuiabá, que acredita ter sido vítima de um deles. Porém, criminalmente, virou suspeita.
A jovem que pediu para não ser identificada, foi fichada na Polícia e deve comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal no dia 23 de outubro.
Ela responde por desacato à autoridade, desobediência e resistência à prisão. As acusações são de um sargento da Polícia Militar, que em Boletim de Ocorrência se declara vítima da universitária.
Ele a abordou durante ronda que fazia na companhia de um soldado nos arredores da Praça da Mandioca, por volta das 2h de domingo (22). Os PMs passavam de carro na Rua Engenheiro Ricardo Franco, de frente a um bar – onde ela estava com mais duas amigas. Ele desceu da viatura ao se sentir ofendido por um comportamento da jovem.
O motivo? Ao arrotar, a estudante o teria desacatado.
Além da viatura em que ele estava, outra foi destacada até lá para verificar a situação e atender a ocorrência. Até aí, duas viaturas e quatro policiais foram envolvidos.
Na comunicação da ocorrência, policiais contaram que chegaram ao local e que o sargento disse que ela estava em distância próxima, quando teria direcionado um arroto a eles. E que ele teria, inclusive, sentido um forte odor de maconha.
“Sendo assim, foi realizada a abordagem, verbalização e, na revista, ao solicitar que mostrasse os pertences dentro da bolsa que portava, ela se recusou a obedecer a ordem policial”, diz trecho do BO.
Que ainda, diz que teria sido agressiva em resposta à abordagem e até mesmo arranhado o rosto dele, na altura dos olhos e que ele teria inclusive ficado com lesões aparentes.
Ato involuntário
A jovem, por sua vez, diz que se viu como personagem de uma comédia. “Eu e um grupo de amigos tínhamos saído de uma peça de teatro e fomos para lá comer. Tomamos umas quatro cervejas. Entre amigos, soltei um arroto, mas não imaginava que ia me envolver numa situação dessas. É surreal o que estou passando”, desabafa.
“Eu vi a viatura passando, mas nem me liguei. Foi algo tão natural. Sei que foi um gesto mal educado, mas não tinha nenhuma ligação com a presença dele. Foi um ato involuntário”, defende.
E ela reforça: “pode ser que eu seja alvo de críticas, por ser uma mulher, tomando uma cerveja em um bar. Mas eu digo com certeza, que eu não estava bêbada e tampouco havia feito uso de substância entorpecente, como ele afirma”.
“Estou muito nervosa, com medo, não posso ver uma viatura passando que meu coração bate rápido e forte. Eu quero que essa situação se resolva o quanto antes”.
O policial, segundo ela, a abordou acusando-a de tê-lo desacatado. “Ele disse que tinha se sentido ofendido e desrespeitado”, relembra.
“Quando ele se aproximou da mesa, disse: ‘a senhorita poderia se levantar? Você está presa’. Eu disse a ele: mas como? eu te desacatei como?. Eu não fazia ideia do que eu estava sendo acusada. Eu tenho 1,59 m. Ele tem por volta de uns 1,80 m. Como eu poderia oferecer risco a ele?”.
De acordo com o relato da jovem, ele saiu, como quem fosse embora. “Entrou na viatura, demorou um pouco e logo voltou. Como quem tivesse dado uma volta no quarteirão e se decidido que iria me levar dali. E foi o que aconteceu. Se eu não tivesse ido espontaneamente, tudo poderia ter sido pior”.
Ele tentou revistá-la, mas as amigas não permitiram, já que exigiam a presença de uma policial feminina. “Ele ficou bastante bravo e antes de me levar para a viatura, me puxou bem forte a ponto de rasgar a minha blusa. Meus seios ficaram à mostra em plena Praça da Mandioca”.
Vídeos gravados por clientes de estabelecimentos do entorno ao bar onde estavam e que acompanhavam a cena, registraram parte da confusão. Há que se notar um aparato considerável de policiais que se envolveram na ocorrência, fora o número de viaturas. Uma das testemunhas contabilizou quatro viaturas ao todo.
Na manhã de quarta-feira (25), acionada pela reportagem, a assessoria da Corregedoria da Polícia Militar ainda não havia recebido a denúncia.
“Mas está levantando informações e aguarda o depoimento da denunciante para que ela formalize a denúncia e assim, seja instaurado procedimento investigatório para apurar a conduta do policial”.
No fim da tarde, a jovem foi à Corregedoria e alertou os oficiais sobre a ocorrência. Agora, ela tenta ser reconhecida como vítima de abuso de autoridade.
Assista ao vídeo:https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=QDqVMPEXQVw
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A jovem que pediu para não ser identificada, foi fichada na Polícia e deve comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal no dia 23 de outubro.
Ela responde por desacato à autoridade, desobediência e resistência à prisão. As acusações são de um sargento da Polícia Militar, que em Boletim de Ocorrência se declara vítima da universitária.
Ele a abordou durante ronda que fazia na companhia de um soldado nos arredores da Praça da Mandioca, por volta das 2h de domingo (22). Os PMs passavam de carro na Rua Engenheiro Ricardo Franco, de frente a um bar – onde ela estava com mais duas amigas. Ele desceu da viatura ao se sentir ofendido por um comportamento da jovem.
O motivo? Ao arrotar, a estudante o teria desacatado.
Além da viatura em que ele estava, outra foi destacada até lá para verificar a situação e atender a ocorrência. Até aí, duas viaturas e quatro policiais foram envolvidos.
Na comunicação da ocorrência, policiais contaram que chegaram ao local e que o sargento disse que ela estava em distância próxima, quando teria direcionado um arroto a eles. E que ele teria, inclusive, sentido um forte odor de maconha.
“Sendo assim, foi realizada a abordagem, verbalização e, na revista, ao solicitar que mostrasse os pertences dentro da bolsa que portava, ela se recusou a obedecer a ordem policial”, diz trecho do BO.
Que ainda, diz que teria sido agressiva em resposta à abordagem e até mesmo arranhado o rosto dele, na altura dos olhos e que ele teria inclusive ficado com lesões aparentes.
Ato involuntário
A jovem, por sua vez, diz que se viu como personagem de uma comédia. “Eu e um grupo de amigos tínhamos saído de uma peça de teatro e fomos para lá comer. Tomamos umas quatro cervejas. Entre amigos, soltei um arroto, mas não imaginava que ia me envolver numa situação dessas. É surreal o que estou passando”, desabafa.
“Eu vi a viatura passando, mas nem me liguei. Foi algo tão natural. Sei que foi um gesto mal educado, mas não tinha nenhuma ligação com a presença dele. Foi um ato involuntário”, defende.
E ela reforça: “pode ser que eu seja alvo de críticas, por ser uma mulher, tomando uma cerveja em um bar. Mas eu digo com certeza, que eu não estava bêbada e tampouco havia feito uso de substância entorpecente, como ele afirma”.
“Estou muito nervosa, com medo, não posso ver uma viatura passando que meu coração bate rápido e forte. Eu quero que essa situação se resolva o quanto antes”.
O policial, segundo ela, a abordou acusando-a de tê-lo desacatado. “Ele disse que tinha se sentido ofendido e desrespeitado”, relembra.
“Quando ele se aproximou da mesa, disse: ‘a senhorita poderia se levantar? Você está presa’. Eu disse a ele: mas como? eu te desacatei como?. Eu não fazia ideia do que eu estava sendo acusada. Eu tenho 1,59 m. Ele tem por volta de uns 1,80 m. Como eu poderia oferecer risco a ele?”.
De acordo com o relato da jovem, ele saiu, como quem fosse embora. “Entrou na viatura, demorou um pouco e logo voltou. Como quem tivesse dado uma volta no quarteirão e se decidido que iria me levar dali. E foi o que aconteceu. Se eu não tivesse ido espontaneamente, tudo poderia ter sido pior”.
Ele tentou revistá-la, mas as amigas não permitiram, já que exigiam a presença de uma policial feminina. “Ele ficou bastante bravo e antes de me levar para a viatura, me puxou bem forte a ponto de rasgar a minha blusa. Meus seios ficaram à mostra em plena Praça da Mandioca”.
Vídeos gravados por clientes de estabelecimentos do entorno ao bar onde estavam e que acompanhavam a cena, registraram parte da confusão. Há que se notar um aparato considerável de policiais que se envolveram na ocorrência, fora o número de viaturas. Uma das testemunhas contabilizou quatro viaturas ao todo.
Na manhã de quarta-feira (25), acionada pela reportagem, a assessoria da Corregedoria da Polícia Militar ainda não havia recebido a denúncia.
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