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O guia, que teve a sua última edição publicada em 2014, orienta a escolha de alimentos com base na chamada classificação Nova, ou seja, de acordo com o nível de processamento. Quanto mais processados, mais devem ser evitados, aponta a orientação do guia, que conta com endosso de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para o Mapa, "o guia brasileiro é considerado um dos piores ..[e] a recomendação mais forte nesse momento é a imediata retirada das menções a classificação Nova no atual guia alimentar". O relato foi publicado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Entre os exemplos de alimentos ultraprocessados estão biscoitos industrializados, refrigerantes, salgadinhos de pacote e alimentos prontos congelados.
O documento do Mapa afirmou que a análise do Guia "“revela uma necessidade de urgente de sua revisão".
"Embora declare ser importante ampliar a autonomia, o Guia induz a população brasileira a uma limitação [...] das escolhas alimentares. Quando um documento oficial do Governo Brasileiro orienta 'evite alimentos ultraprocessados', está generalizando algo que é muito diversificado [...] existem alimentos que são classificados nesta 'categoria ultraprocessados' e que são feitos industrialmente de forma semelhante a preparações culinárias caseiras", disse.
"O Guia não orienta que o uso apenas de alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias em consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas, de forma semelhante às outras categorias de alimentos", acrescentou.
Núcleo de pesquisas critica o Mapa
Em resposta à nota técnica, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da USP, protagonista na construção do Guia, criticou a nota técnica e defende a classificação Nova.
"Além de amparar todas as suas afirmações sobre a suposta incoerência da classificação Nova e sobre a suposta inocuidade dos alimentos ultraprocessados em duas referências que não se referem à classificação e não avaliam alimentos ultraprocessados, a nota técnica omite a vasta literatura científica nacional e internacional acumulada desde 2009, quando a classificação e o conceito de alimentos ultraprocessados foram propostos pelo Nupens/USP", disseram.
Sobre a menção de o guia brasileiro ser considerado um dos piores do mundo, o Nupens afirmou que "assim não pensam organismos técnicos das Nações Unidas, como a FAO, a OMS e o Unicef, que consideram o Guia brasileiro um exemplo a ser seguido". "Assim não pensam os Ministérios da Saúde do Canadá, da França, do Uruguai, do Peru e do Equador, que têm seus guias alimentares e suas políticas de alimentação e nutrição inspirados no Brasil", complementou.
De acordo com Aline de Piano Ganen, coordenadora do mestrado em nutrição do Centro Universitário São Camilo, "o que é posto na nota técnica com certeza tem notas de interesse políticos e de outros setores". "É preciso ter muita cautela", ponderou.
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O guia, que teve a sua última edição publicada em 2014, orienta a escolha de alimentos com base na chamada classificação Nova, ou seja, de acordo com o nível de processamento. Quanto mais processados, mais devem ser evitados, aponta a orientação do guia, que conta com endosso de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para o Mapa, "o guia brasileiro é considerado um dos piores ..[e] a recomendação mais forte nesse momento é a imediata retirada das menções a classificação Nova no atual guia alimentar". O relato foi publicado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Entre os exemplos de alimentos ultraprocessados estão biscoitos industrializados, refrigerantes, salgadinhos de pacote e alimentos prontos congelados.
O documento do Mapa afirmou que a análise do Guia "“revela uma necessidade de urgente de sua revisão".
"Embora declare ser importante ampliar a autonomia, o Guia induz a população brasileira a uma limitação [...] das escolhas alimentares. Quando um documento oficial do Governo Brasileiro orienta 'evite alimentos ultraprocessados', está generalizando algo que é muito diversificado [...] existem alimentos que são classificados nesta 'categoria ultraprocessados' e que são feitos industrialmente de forma semelhante a preparações culinárias caseiras", disse.
"O Guia não orienta que o uso apenas de alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias em consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas, de forma semelhante às outras categorias de alimentos", acrescentou.
Núcleo de pesquisas critica o Mapa
Em resposta à nota técnica, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da USP, protagonista na construção do Guia, criticou a nota técnica e defende a classificação Nova.
"Além de amparar todas as suas afirmações sobre a suposta incoerência da classificação Nova e sobre a suposta inocuidade dos alimentos ultraprocessados em duas referências que não se referem à classificação e não avaliam alimentos ultraprocessados, a nota técnica omite a vasta literatura científica nacional e internacional acumulada desde 2009, quando a classificação e o conceito de alimentos ultraprocessados foram propostos pelo Nupens/USP", disseram.
Sobre a menção de o guia brasileiro ser considerado um dos piores do mundo, o Nupens afirmou que "assim não pensam organismos técnicos das Nações Unidas, como a FAO, a OMS e o Unicef, que consideram o Guia brasileiro um exemplo a ser seguido". "Assim não pensam os Ministérios da Saúde do Canadá, da França, do Uruguai, do Peru e do Equador, que têm seus guias alimentares e suas políticas de alimentação e nutrição inspirados no Brasil", complementou.
De acordo com Aline de Piano Ganen, coordenadora do mestrado em nutrição do Centro Universitário São Camilo, "o que é posto na nota técnica com certeza tem notas de interesse políticos e de outros setores". "É preciso ter muita cautela", ponderou.