Voluntários se preparam para passar a madrugada ajudando a pagar o incêndio de uma área particular de preservação ambiental de Cerrado nativo, na Serra do Paranã, em São João d'Aliança, em Goiás. Desde segunda-feira (12) as chamas consomem a mata e chegam a mais de 400 hectares. Na localidade estão situados famosos atrativos naturais, como a Cachoeira do Label (a maior do estado de Goiás, com 187 metros de altura) e o Complexo Veadeiros — que fechou ontem para visitação devido ao risco de queimadas.


Uma pequena base foi organizada em uma das chácaras ameaçadas pelo incêndio. No local, funciona a pousada de Silza Freire. “É uma cena terrível. A fumaça é sufocante e toma conta de tudo. Lutamos contra o fogo durante a noite inteira, estamos exaustos. Afastamos um pouco o perigo de atingir a casa, mas os focos de incêndio continuam em outros pontos, pois a serra é de difícil acesso. Apesar dos esforços de todos, o incêndio se mantém fora de controle”, contou.


As equipes dos bombeiros e voluntários se dispersaram no início do manhã de desta terça-feira (13/7) e voltaram com reforços no fim do dia. Moradores da comunidade continuaram o combate às chamas, mas, com pouco pessoal disponível e sem equipamentos apropriados, viram o fogo se fortalecer ao longo do dia. Ainda assim, o esforço não foi interrompido.


Com uma ativa rede de comunicação via WhatsApp, eles articularam mutirões para alimentar as pessoas na linha de frente de combate às chamas; organizaram o transporte de brigadistas da Rede Contra Fogos, sediados em Alto Paraíso (distante cerca de 60km do foco de incêndio); convocaram mais pessoas e compraram equipamentos.


“São João d'Aliança não tem brigada contra incêndios florestais. Estamos contando com voluntários e bombeiros de Planaltina de Goiás e Alto Paraíso. A experiência nos impulsiona a fazer algo que possa minimizar o mesmo acontecimento no futuro. Nossa comunidade está despreparada”, disse a aposentada Lorenis Silva, síndica da ecovila Condomínio Habitat.


“A ideia é ter melhores equipamentos e uma rede de voluntários cadastrados para que, na próxima necessidade, possamos mobilizá-los mais rapidamente. Além disso, cuidaremos para ter um aceiro mais eficiente entre a área de reserva e as unidades residenciais”, explicou a síndica.