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Um dos maiores desafios – senão o maior – que as escolas de samba enfrentam é conseguir manter o público animado durante todo o desfile. Se a escola for a última a desfilar, a dificuldade é maior. Pior ainda, quando a escola é a última da noite de terça-feira de carnaval. Como segurar o público nas arquibancadas até quase de manhã?
A Portela soube responder isso com maestria. Última escola a desfilar no Rio de Janeiro, já na madrugada de quarta-feira de Cinzas, a Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira já entrou no sambódromo com o público nas mãos. Isso porque, no aquecimento, o intérprete Gilsinho, acompanhado pela bateria da escola, cantou "Maria, Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant.
Bituca, aliás, foi a estrela da noite, já que o enredo da Portela neste ano foi em sua homenagem (“Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”). Aos 82 anos e diagnosticado com Parkinson há dois anos, ele fez questão de comparecer ao desfile e seguir pela Marquês de Sapucaí no último carro alegórico da escola.
Com 27 alas, cinco alegorias, dois tripés e 2.500 integrantes, a Portela prometeu realizar – e cumpriu, vale dizer – uma verdadeira procissão, que, simbolicamente, saía do Rio de Janeiro rumo a Minas Gerais, onde o homenageado, que é carioca, foi criado e se tornou artista mundialmente reconhecido. No final, o “Sol” da MPB foi coroado
Com 102 anos de história, a Portela é a única escola de samba que participou de todos os desfiles do Rio de Janeiro. E, durante todo esse tempo, nunca tinha homenageado artistas em vida.
Com a bênção de Xangô, a escola entrou na passarela pouco depois das 3h20. Na comissão de frente ("Vou partir em procissão"), o público foi apresentado ao início da procissão, que partiu de Madureira (RJ) em direção a Três Pontas, em Minas Gerais. Com roupas douradas bem chamativas, os integrantes dessa ala remetiam ao sol – termo com o qual a Portela se refere a Bituca – e também ao brilho da música feita pelo artista.
A Portela não contou a história de Milton. Desde quando anunciou o enredo, os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga sempre fizeram questão de ressaltar que o foco foram as criações do homenageado. “A gente não está preocupado em contar a história dele, mas em transmitir o que ele causa no coração das pessoas”, disse Gonzaga em entrevista recente ao EM. “O que importa é a enormidade do artista, a forma como ele atravessa a vida das pessoas. Nós vamos ver como o Milton faz parte do cotidiano, dos momentos importantes de muitos brasileiros e do nosso país em geral”, acrescentou Rodrigues.
As alas que foram compondo a procissão da Portela se referiam às canções eternizadas na voz de Bituca. "Solto a voz nas estradas" (refrão de "Travessia"), "Vou me encontrar longe do meu lugar" (verso de "Caçador de mim"), "Vendedor de sonhos" (da canção homônima lançada no disco "Yauaretê"), "De tudo se faz canção" (de "Clube da esquina nº2") e "Se você quiser, eu danço com você" (de "Nuvem cigana") foram alguns dos nomes das alas.
A mineiridade, muito forte na obra de Bituca, também se fez presente pela reprodução de tradições. Estiveram em evidência elementos do reisado, da folia de reis e da crença católica – por meio dos oratórios nos primeiros carros.
À medida em que o desfile avançava, o cortejo foi ganhando contornos mais lúdicos, com fantasias e alegorias mais coloridas remetendo aos sonhos – "Vendedor de sonhos" foi nome de uma ala, vale lembrar – e à alma de menino que Bituca sempre cultivou. Outra boa sacada dos carnavalescos foi criar uma linha temporal de um único dia ao longo do desfile. Pelas cores escolhidas e dispostas ao longo do cortejo, foi como se a procissão da Portela tivesse começado pela manhã, seguido durante a tarde, até chegar ao destino final à noite.
O samba-enredo pecou na criatividade da letra e da linha melódica. Mas a bateria compensou, lançando mão de breques complexos e arriscando momentos de silêncio para deixar o público cantar a capella.
Por fim, fechando o cortejo, vieram Milton e amigos do meio artístico. Entre eles, Maria Gadú, Djonga, Marcos Valle, Simone e Bebel Gilberto. A estranheza, no entanto, foi a ausência dos músicos do Clube da Esquina, com quem Bituca criou um dos mais importantes movimentos da música brasileira.
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Bituca, aliás, foi a estrela da noite, já que o enredo da Portela neste ano foi em sua homenagem (“Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”). Aos 82 anos e diagnosticado com Parkinson há dois anos, ele fez questão de comparecer ao desfile e seguir pela Marquês de Sapucaí no último carro alegórico da escola.
Com 27 alas, cinco alegorias, dois tripés e 2.500 integrantes, a Portela prometeu realizar – e cumpriu, vale dizer – uma verdadeira procissão, que, simbolicamente, saía do Rio de Janeiro rumo a Minas Gerais, onde o homenageado, que é carioca, foi criado e se tornou artista mundialmente reconhecido. No final, o “Sol” da MPB foi coroado
Com 102 anos de história, a Portela é a única escola de samba que participou de todos os desfiles do Rio de Janeiro. E, durante todo esse tempo, nunca tinha homenageado artistas em vida.
Com a bênção de Xangô, a escola entrou na passarela pouco depois das 3h20. Na comissão de frente ("Vou partir em procissão"), o público foi apresentado ao início da procissão, que partiu de Madureira (RJ) em direção a Três Pontas, em Minas Gerais. Com roupas douradas bem chamativas, os integrantes dessa ala remetiam ao sol – termo com o qual a Portela se refere a Bituca – e também ao brilho da música feita pelo artista.
A Portela não contou a história de Milton. Desde quando anunciou o enredo, os carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga sempre fizeram questão de ressaltar que o foco foram as criações do homenageado. “A gente não está preocupado em contar a história dele, mas em transmitir o que ele causa no coração das pessoas”, disse Gonzaga em entrevista recente ao EM. “O que importa é a enormidade do artista, a forma como ele atravessa a vida das pessoas. Nós vamos ver como o Milton faz parte do cotidiano, dos momentos importantes de muitos brasileiros e do nosso país em geral”, acrescentou Rodrigues.
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