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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dono de um Porsche Cayenne Coupé híbrido foi surpreendido com a notícia do sumiço do SUV do estacionamento de um restaurante na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo, onde o veículo havia sido deixado com a chave em cima de um dos pneus, por volta das 21h15 do último dia 30 de abril.
O automóvel de luxo foi encontrado uma hora e meia depois de ter sido estacionado, graças ao sistema de rastreamento, numa espécie de desmanche a céu aberto no Jardim Marilu, na região de São Mateus, zona leste paulistana. Estava sem as portas, capô e o banco traseiro - mais alguns minutos e daria tempo para a retirada dos dianteiros. Os criminosos conseguiram fugir com as peças.
Roubo e furto de carros da fabricante alemã têm crescido em São Paulo e chamado a atenção da polícia. Nos três primeiros meses deste ano, 17 Porsches acabaram levados por ladrões. O número é quase o dobro das nove ocorrências do mesmo período de 2024.
Desse total, dez estavam na capital paulista, quatro em municípios do ABC, e um em Ibiúna, na Grande Sorocaba. Bairros como Itaim Bibi (6) e Moema (2) estão entre os que mais têm casos.
Os furtos representam 70% dos casos e do total, 43% das ocorrências aconteceram à noite. O modelo preferido é o Cayenne - foram ao menos sete registros -, cuja versão Coupé turbo híbrida, nova, custa cerca de R$ 1,8 milhão, segundo a tabela Fipe (Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas). O Macan (4 queixas) aparece em segundo.
O levantamento foi feito pela empresa de rastreamento Ituran, a partir de pedido da reportagem, com base em boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil.
Ostentação ao dirigir um modelo esportivo cobiçado no mundo todo e o mercado clandestino de peças -já que novas muitas vezes custam mais que um carro popular zero-quilômetro- impulsionam esse tipo de criminalidade, analisa Fernando Correia, gerente de operações da Ituran.
"Não existem desmanches clandestinos especializados, como no caso dos 'carros comuns', mas é fácil achar faróis, lentes de espelhos retrovisores e baterias usados à venda na internet e bem mais barato", diz.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) não comenta estudos cuja metodologia desconhece, mas diz que as estratégias de policiamento são constantemente ajustadas com base na análise das áreas com maior incidência criminal.
Uma única ação inflou as estatísticas neste ano. Na madrugada de 30 de janeiro, seis Porsches foram furtados de um estacionamento na rua Funchal, na Vila Olímpia, região do Itaim Bibi.
Imagens de câmera de monitoramento captaram quando uma pessoa pulou o muro, pegou a chave de um dos carros, que estava na roda dianteira, e saiu com o veículo.
Dos seis Porsches, a Polícia Civil recuperou cinco abandonados -ladrões costumam deixar carros furtados "esfriando" para se checar se são rastreados. Eles estavam nos bairros de Santo Amaro, Jabaquara, Planalto Paulista e Vila Congonhas, todos na zona sul.
O sexto Porsche era perseguido pela polícia em Diadema, no ABC, quando o motorista. que acabou preso, perdeu o controle em uma curva, e atingiu um automóvel e uma motocicleta.
Nos feriados emendados de Páscoa e Tiradentes, em abril, ao menos nove pessoas, em três furgões, renderam o segurança de uma concessionária do grupo Stuttgart, que representa a marca, também na Vila Olímpia. Depois de aproximadamente quatro horas, levaram rodas e faróis retirados de modelos como Cayenne, Cayenne Coupé e Panamera.
Ninguém foi preso e nem os itens levados recuperadas até agora. O caso é investigado pelo 96° Distrito Policial (Cidade Monções). Questionado, o grupo Stuttgart não quis se pronunciar.
O empresário Bruno Tinoco Martinucci, dono da oficina MotorFast, especializada na manutenção de veículos premium, admite que é fácil furtar um farol de Porsche. "Não precisa desmontar. Literalmente, é só puxar", afirma.
Um conjunto de faróis de Porsche 911 Carrera em lojas autorizadas passa de R$ 30 mil. No caso do SUV Cayenne, pode custar acima de R$ 60 mil.
"Vi numa concessionária um par [de faróis] do Cayenne em torno de R$ 170 mil", diz Martinucci. "As pessoas se assustam e acabam entrando no mercado clandestino e vira uma bola de neve. Quem faz isso, pode acabar comprando a própria peça", afirma.
Em sites de vendas pela internet, por R$ 7.500 a reportagem encontrou farol apontado como original do modelo citado pelo empresário. O vendedor informa que o produto é usado e que a garantia é de apenas um mês.
No caso do jogo de rodas, um conjunto usado de Cayanne parte de R$ 3.000. Em importadores que revendem peças originais, o preço das quatro, com pneus, supera R$ 40 mil.
Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lembra que essas peças podem ser mandadas para fora do Brasil e revendidas em países vizinhos, como Paraguai.
"É preciso se desenvolver estratégias de investigação que levem isso em consideração, e que a Secretaria de Segurança Pública atue de forma mais decisiva nesses fluxos de peças ilegais."
A SSP diz que há investimentos contínuos em tecnologia para o fortalecimento das forças policiais para coibir roubo e furto de veículos.
"Os resultados desse trabalho já são visíveis: nos três primeiros meses de 2025, houve uma queda de 3,53% nos roubos de veículos em todo o estado, em comparação ao mesmo período de 2024. No mesmo intervalo, 205 veículos roubados e furtados foram recuperados. Além disso, 34.563 infratores foram presos ou apreendidos neste ano", diz trecho da nota.
A pasta afirma que em fevereiro, a Polícia Civil prendeu três homens acusados de integrar uma quadrilha especializada em furto e desmanche de veículos esportivos de luxo.
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Roubo e furto de carros da fabricante alemã têm crescido em São Paulo e chamado a atenção da polícia. Nos três primeiros meses deste ano, 17 Porsches acabaram levados por ladrões. O número é quase o dobro das nove ocorrências do mesmo período de 2024.
Desse total, dez estavam na capital paulista, quatro em municípios do ABC, e um em Ibiúna, na Grande Sorocaba. Bairros como Itaim Bibi (6) e Moema (2) estão entre os que mais têm casos.
Os furtos representam 70% dos casos e do total, 43% das ocorrências aconteceram à noite. O modelo preferido é o Cayenne - foram ao menos sete registros -, cuja versão Coupé turbo híbrida, nova, custa cerca de R$ 1,8 milhão, segundo a tabela Fipe (Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas). O Macan (4 queixas) aparece em segundo.
O levantamento foi feito pela empresa de rastreamento Ituran, a partir de pedido da reportagem, com base em boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil.
Ostentação ao dirigir um modelo esportivo cobiçado no mundo todo e o mercado clandestino de peças -já que novas muitas vezes custam mais que um carro popular zero-quilômetro- impulsionam esse tipo de criminalidade, analisa Fernando Correia, gerente de operações da Ituran.
"Não existem desmanches clandestinos especializados, como no caso dos 'carros comuns', mas é fácil achar faróis, lentes de espelhos retrovisores e baterias usados à venda na internet e bem mais barato", diz.
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Uma única ação inflou as estatísticas neste ano. Na madrugada de 30 de janeiro, seis Porsches foram furtados de um estacionamento na rua Funchal, na Vila Olímpia, região do Itaim Bibi.
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Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lembra que essas peças podem ser mandadas para fora do Brasil e revendidas em países vizinhos, como Paraguai.
"É preciso se desenvolver estratégias de investigação que levem isso em consideração, e que a Secretaria de Segurança Pública atue de forma mais decisiva nesses fluxos de peças ilegais."
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"Os resultados desse trabalho já são visíveis: nos três primeiros meses de 2025, houve uma queda de 3,53% nos roubos de veículos em todo o estado, em comparação ao mesmo período de 2024. No mesmo intervalo, 205 veículos roubados e furtados foram recuperados. Além disso, 34.563 infratores foram presos ou apreendidos neste ano", diz trecho da nota.
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